Gastos militares

Movimentos sociais recusam o alegado consenso “fabricado sem qualquer debate público real a nível nacional“ para sacrificar políticas sociais em nome do rearmamento militar.

As contas aos gastos militares  do ano passado mostram o maior aumento desde o fim da guerra fria. Alemanha tornou-se o quarto país do mundo com maior orçamento militar.

A remilitarização tornou-se a pedra angular do novo projeto de “poder europeu” no contexto da policrise global, complementando o constitucionalismo de mercado que tem prevalecido até agora com um pilar de segurança mais forte.

Miguel Urbán

A aposta nas indústrias de defesa e na construção de um exército europeu – qualquer que seja o seu modelo – como novos motores da integração económica e política da Europa é uma mera fuga para a frente e a resposta trágica dos governos da UE para as gravíssimas crises resultantes da governação económica de orientação liberal que procuram impor-nos como alternativa única para as nossas vidas.

José Manuel Pureza, Marcos Faria Ferreira e Alexandre Abreu

Face aos lucros recorde registados pela indústria militar no ano passado, são cada vez mais as vozes a defender que os governos europeus façam o mesmo que fizeram com os lucros da energia. "Se os lucros da Exxon com a guerra de Putin são limitados, isso também se deve aplicar à Rheinmetall & Co", diz a Greenpeace.

O procedimento de urgência aprovado na terça-feira visa aprovar a 1 de junho o regulamento de apoio à produção de munições. Mas ao prever o financiamento direto do Orçamento da UE, esse regulamento contraria a proibição inscrita nos tratados ao financiamento de atividades militares.

Relatório anual do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo diz que o valor das despesas militares correspondeu no ano passado a 2,2% do PIB mundial, ultrapassando os dois mil milhões de euros.