Crise do BES

Considerando que o BES tem tudo para ser “um BPN cinco vezes maior”, a coordenadora do Bloco de Esquerda acusou o governo de querer, ao contrário do que prometeu, que “os contribuintes paguem mais uma vez os desmandos da banca”. Catarina Martins afirmou também que o Banco de Portugal continua “tão perspicaz como no tempo do BPN”, mostrando que temos a supervisão "mais pitosga de que há memória".

O Estado vai entrar no BES, depois de o banco ter perdido, em dois dias, 1.200 milhões de euros em capitalização bolsista. A decisão governamental deverá ser anunciada domingo à noite. Francisco Louçã considera que os 2 milhões de clientes do BES têm de ser protegidos e salienta que o caso “será sempre caro, será sempre arriscado e é tudo o contrário do que o primeiro-ministro garantiu”.

Catarina Martins defende o fim do poder político subjugado aos interesses das finanças e afirma que “no processo do buraco do BES, o problema é que alguém ficou com o que não é seu”.

Numa ação do Bloco de Esquerda em Aveiro, Pedro Filipe Soares chamou a atenção para o perigo de derrocada de mais um banco português e para as suas consequências na economia nacional, no uso do dinheiro público e nos rendimentos dos trabalhadores.

Novo buraco descoberto à última da hora elevou o prejuízo a 3,6 mil milhões, superior às piores expectativas divulgadas nos últimos dias. Vítor Bento anuncia que vai promover um aumento de capital, mas não diz de onde virá o dinheiro. Supervisor tira o direito de voto à família.

Novo buraco descoberto à última da hora elevou o prejuízo a 3,6 mil milhões, superior às piores expectativas divulgadas nos últimos dias. Vítor Bento anuncia que vai promover um aumento de capital, mas não diz de onde virá o dinheiro. Supervisor tira o direito de voto à família.

O Expresso Diário refere que Salgado e o seu braço direito Amílcar Morais Pires estão implicados nesta “engenharia financeira” que envolve a Eurofin, uma holding suíça que está a ser investigada há largos meses. Já o Jornal da Negócios adianta que o BES financiou vários grupos empresariais na condição de investirem no GES. Troika e Banco de Portugal desresponsabilizam-se por crise no grupo. Notícia atualizada às 13h41.

Os portugueses não podem suportar "mais medidas de austeridade que venham pagar este enorme buraco financeiro", defendeu o coordenador nacional do Bloco, João Semedo, durante o comício de verão que teve lugar esta terça feira em São Pedro do Sul, e que contou também com as intervenções de José Soeiro, Ana Rosa e Pedro Coutinho.

A descoberta de outra engenharia financeira aponta para que prejuízo do banco que pode atingir os 3.000 milhões de euros, muito acima da almofada financeira de 2,1 mil milhões que o banco possui. Banco de Portugal admite “no limite” o recurso à linha de recapitalização pública.

O Nomura enganou o governo regional da Sicília na venda de swaps ruinosos. O banco de investimento japonês ficou este mês com 5% do BES, executando a garantia de um empréstimo que os Espírito Santo não conseguiram pagar.

O Banco de Portugal aceitou a seguradora Tranquilidade como garantia, para proteger clientes do BES, pelos 700 milhões que os Espírito Santo lhe disseram que valia. Em seguida, a família pôs a empresa a comprar dívida do GES e hoje a garantia dada poderá só valer 50 milhões.

Durante a audição parlamentar sobre o Grupo Espírito Santo (GES), o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou que “haverá mais informação relevante para além da que está atualmente no mercado” sobre a situação do Banco Espírito Santo (BES). Carlos Tavares revelou ainda que a CMVM encontrou indícios de eventuais crimes no GES e admitiu que quem tem poder económico consegue atrasar e limitar a justiça.

Segundo o Expresso, a polícia encontrou no escritório do ex-presidente do BES instalado recentemente num hotel do Estoril caixas de documentos com a inscrição “papéis para destruir”. O banqueiro, que foi interrogado durante mais de seis horas no âmbito da Operação Monte Branco, ficará em liberdade e sujeito ao pagamento de uma caução de três milhões de euros.  

O banqueiro está a ser ouvido no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, no âmbito da Operação Monte Branco, que investiga a maior rede de branqueamento de capitais alguma vez detetada em Portugal.

O presidente angolano autorizou uma garantia de 5,7 mil milhões de dólares ao BES Angola. Analistas defendem que José Eduardo dos Santos “violou a Lei no que respeita quer à natureza dos projetos garantidos pelo Estado quer ao limite fixado pelo Parlamento para o Estado conceder tais garantias”. A lei angolana determina que as garantias não podem exceder os 2,4 mil milhões de dólares. Oposição fala em “roubo”.

Em resposta à eurodeputada Marisa Matias, a Comissão Europeia afirmou que nem o instrumento do Mecanismo Único de Resolução, nem os da Directiva de Resolução Bancária poderão ser utilizados no caso do BES, caso se agrave a crise no banco.

Quem emprestou dinheiro à família Espírito Santo pode chegar a perder 5 mil milhões de euros, alerta Francisco Louçã. Segundo o Expresso, o BES já estaria a articular um aumento de capital de dois mil milhões, e só o prejuízo nos seis primeiros meses seria de mil milhões de euros.

Acionistas da PT que se sentem lesados com a aplicação de 897 milhões de euros na Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), vão apresentar duas ações contra a Comissão Executiva da operadora, segundo avança Octávio Viana, presidente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais, citado pela agência Lusa.

A Espírito Santo International, que detém 100% da Rioforte, pediu esta sexta feira proteção contra credores. Os bancos Finantia e Montepio também foram apanhados pela crise no GES e 70 fundos de investimento mobiliário nacionais têm exposição ao grupo de 257 milhões. José Eduardo dos Santos assinou garantia de 5,7 mil milhões de dólares ao BES Angola. A Procuradoria-Geral da República investiga crise no GES.

São várias as formas como o maior banco privado português construiu a sua rede de influência entre os governantes, como diferentes são os sinais de retribuição de cada um dos 25 Ministros e Secretários de Estado que se cruzaram com os destinos do BES. Dezasseis dos 19 governos constitucionais tiveram quadros vindos, ou que transitaram, para o BES.

Adriano Campos