Na sequência da saída de Armando Vara da vice-presidência do BCP, o presidente da Redes Energéticas Nacionais (REN), José Penedos, deve ser o próximo a suspender funções. O envolvimento directo do filho, Paulo Penedos, apanhado pelas escutas dos investigadores da polícia judiciária, e a sua constituição como arguido no âmbito da operação Face Oculta, aumentaram a pressão pública sob Governo, principal accionista da empresa.
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O processo refere que Paulo Penedos telefonou a Manuel Godinho, dizendo-lhe que o seu pai já tinha garantido a aprovação da proposta. Refere ainda que tal intermediação é do conhecimento de José Penedos, merecendo não só a sua concordância como o seu estímulo. Como resultado da intervenção de José Penedos, a REN já teria renovado até 2010 o contrato de gestão de resíduos com a O2. José Penedos também é acusado de receber de Manuel Godinho presentes de natal de valor considerável entre 2002 e 2007.
Segundo o Ministério Público: "No dia 11 de Maio de 2009, pelas 14h23, Paulo Penedos contactou telefonicamente Manuel Godinho dizendo-lhe que a proposta relativa às instalações da REN existentes na Tapada do Outeiro havia sido recebida, sendo do conhecimento do seu pai, que já tinha garantido a sua aprovação".
Apesar do aumento da pressão pública, o Governo mantém o discurso e afirma que está a acompanhar a situação. Vale lembrar que a REN tem o Estado como principal accionista, 46% parpública e 5% CGD, e está sob a tutela de dois Ministérios, Economia e Finanças.
Ex-secretário de Estado do Governo Guterres, Penedos foi escolhido como o primeiro presidente da REN, em 2001, e desde então tem sido reconduzido ao cargo, inclusive pelo Governo PSD/CDS. Foi um dos principais responsáveis pela privatização do sector.
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