A secção espanhola da Amnistia Internacional publicou um relatório que denuncia a existência de 16 voos usados pela CIA para transporte de prisioneiros que passaram por Portugal entre 2002 e 2005. O relatório centra-se na intervenção do governo espanhol mas divulga uma lista de aeroportos usados pela CIA, onde se inclui Portugal. Esta quinta feira, um tribunal norte-americano suspendeu a decisão de libertação de 17 prisioneiros de Guantanamo.
O envolvimento de Portugal na deslocação de prisioneiros de e para Guantanamo é abordada no relatório "Destinos Inconfessávies, Obrigações Não Cumpridas", divulgado esta quinta feira pela secção espanhola da Aministia Internacional.
O relatório refere 16 voos da CIA que terão passado por Portugal entre 2002 e 2006. Dez desses voos terão sido efectuados por um avião com matrícula N8213G, sempre de ou para Ponta Delgada. Outros cinco voos são imputados aos aviões com matrículas N50BH (Faro), N50LL (Ponta Delgada), N219D (Base das Lajes) e N1HC (Porto). Finalmente, o aeroporto de Santa Maria terá sido utilizado por um avião a que são atribuídas a matrículas (N829MG e N259SK).
Nesta quinta feira foi também divulgado que um tribunal dos Estados Unidos bloqueou temporariamente a libertação de 17 muçulmanos de origem chinesa que se encontram detidos em Guantanamo e que tinham recebido ordem para ser libertados na sexta feira.
Segundo decisão judicial, os detidos não são considerados terroristas nem constituem uma ameaça para os Estados Unidos. No entanto, o governo norte-americano alega que estes chineses uígures não podem ser repatriados, com receio de represálias, e que nenhum país se ofereceu para os acolher.