Durante o debate “O ataque neoliberal à Escola Pública”, organizado pela Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense, de Guimarães, o secretário geral da Fenprof, Mário Nogueira, acusou o Governo de querer mandar os professores “para a miséria”.
O dirigente sindical reagia desta forma ao esclarecimento emitido pela Secretaria de Estado do Ensino e da Administração Escolar, que adiantou que o programa de rescisão por mútuo acordo, em negociação entre Governo e sindicatos, impossibilita os docentes de acederem à reforma antecipada. Conforme adianta ainda este esclarecimento, e tal como já tinha afirmado o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, não haverá também lugar à atribuição do subsídio de desemprego.
"É tudo feito no ar, é tudo feito a olho e de cabeça e é assim que o Ministério da Educação está. O que Nuno Crato [ministro da Educação] quer é mandar para a miséria os professores que aceitem esta oferta envenenada que é este acordo proposto”, frisou.
Segundo Mário Nogueira, o programa de rescisões proposto pelo Governo "mais não é do que um despedimento sem direitos e feito numa altura que acaba por funcionar como chantagem", sendo que "o Ministério da Educação diz para que se aproveite porque depois há a mobilidade especial e ainda é pior".
"O que seria estranho seria chegar, um dia, do Ministério de Educação de Nuno Crato alguma coisa que fosse boa para as escolas ou para o ensino ou para os professores", afirmou o líder da CGTP.
Professores estão a ser pressionados para serem despedidos
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que também participou no debate, acusou o Governo de estar a fazer uma "pressão inaceitável sobre os professores" para que adiram ao acordo.
"Podem chamar rescisões amigáveis mas o que está a acontecer é que os professores estão a ser pressionados para serem despedidos", destacou.
Segundo Catarina Martins, o acordo proposto pelo Ministério da Educação "faz parte da agenda de destruição da Escola Pública que está a ser levada a cabo pelo Governo.