O setor da aviação da TAP registou lucros de 16 milhões de euros em 2012, multiplicando por mais de cinco os 3 milhões de lucros obtidos em 2011. A dívida da transportadora aérea, um dos motivos invocados pelo Governo para avançar com uma tentativa (gorada) de privatização, desceu pronunciadamente de um ano para o outro. A dívida da empresa situa-se atualmente nos 862 milhões de euros, quando no final de 2011 representava 1042 milhões de euros.
A melhoria dos indicadores financeiros da TAP acontece apesar do aumento da fatura com o combustível, uma despesa que passa dos 720 milhões de euros em 2011 para cerca de 810 milhões de euros em 2012. A companhia aérea portuguesa transportou 10,2 milhões de pessoas o ano passado, um aumento de 4,2% face ao ano anterior.
O crescimento de 6,9% das receitas, para os 2429 milhões de euros, contribui decididamente para os resultados da companhia aérea. "Se pegarmos os últimos oito anos vamos verificar que em sete os resultados foram positivos", destacou Michael Connolly, administrador financeiro da TAP.
O Governo invocou sempre a insustentabilidade financeira da TAP como o argumento central para a suposta necessidade de entregar a companhia de bandeira nacional a interesses privados. Num processo conturbado, e envolto em polémica desde o início, a privatização da TAP falhou no final do ano passado.
Os resultados financeiros hoje anunciados limitam-se ao negócio de aviação da TAP, sendo necessário esperar pelo setor de handling da Groundforce(metade da empresa pertence à TAP) e o tradicionalmente deficitário negócio de manutenço de aviões adquirido pela transportadora aérea no Brasil.