Banco HSBC sob investigação por lavagem de dinheiro e transferências ilegais

26 de August 2012 - 2:52

Procuradores federais e estaduais norte americanos que investigam os fluxos de dinheiro dos grandes bancos internacionais suspeitam que o HSBC seja responsável pela lavagem de dinheiro dos cartéis de droga mexicanos e por transferir capital para os bancos da Arábia Saudita com ligações ao terrorismo, noticia o New York Times.

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Os procuradores federais e estaduais também estão a investigar se o HSBC, maior instituição bancária da Europa, segundo o valor de mercado, desrespeitou as leis dos Estados Unidos transferindo dinheiro por meio da sua subsidiária americana para os países sancionados, incluindo o Irão, Sudão e Coreia do Norte.

Noventa por cento das cerca de 25 mil transações com o Irão, cujo valor total pode ultrapassar os 19,4 mil milhões de dólares, terão passado pelos EUA, de acordo com um auditoria da consultora Deloitte.

Estas práticas ilícitas tiveram lugar entre 2001 e 2010 e foram tornadas públicas em julho pelo Subcomité Permanente de Investigações do Senado norte americano.

O banco já terá assegurado uma provisão de 557,729 milhões de euros para liquidar eventuais coimas e custos processuais, que podem vir a atingir valores bastante mais elevados.

O HSBC tem tentado chegar a um acordo com as autoridades norte americanas, contudo, o Departamento de Justiça e o escritório do procurador do distrito de Manhattan estão ainda a analisar os registos do HSBC para precisar qual a extensão dos potenciais delitos.

No que se refere à alegada violação das leis norte americanas relativas às transferências de capital para os países sancionados, estão igualmente sob investigação instituições bancárias como o Deutsche Bank e Commerzbank, da Alemanha, BNP Paribas e Crédit Agricole, de França e o Real Banco, da Escócia.

No início de agosto, o banco britânico Standard Chartered foi acusado, pelo superintendente do departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque, Benjamin M. Lawsky, de ter realizado cerca de 60 mil transações com o Irão avaliadas em 203,03 milhões de euros entre 2001 e 2010. A instituição britânica poderá ser sujeita a uma multa de 1,5 mil milhões de euros.

Desde 2009, as autoridades norte americanas já acusaram formalmente de promover este tipo de práticas cinco bancos estrangeiros - ABN Amro, Barclays, Credit Suisse, Lloyds e, mais recentemente, o ING.