"Governo quer fazer tripé com PSD e CDS-PP"

18 de January 2010 - 11:12
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Francisco Louçã discursa durante o jantar das jornadas parlamentares do Bloco de EsquerdaDurante o discurso que abriu as jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda em Portimão, Francisco Louçã acusou o Governo de querer formar um “tripé governamental” com o PSD e o CDS-PP para o OE 2010.

Para o dirigente do Bloco de Esquerda, o Governo estaria assim criando uma “ameaça à solução dos problemas económicos” de Portugal, visto que o “novo sistema de governo”, um “tripé governamental”, com o Governo de José Sócrates apoiado no CDS e no PSD, estaria garantida a continuidade das mesmas políticas económicas, com as mesmas políticas orçamentais, o mesmo enfraquecimento da protecção social e o mesmo Código do Trabalho.

Francisco Louçã afirmou que um entendimento de âmbito orçamental entre estes três intervenientes vai resultar em “ataques à Segurança Social” e “ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para proteger os privados”. Louçã acusou ainda o executivo socialista de preferir “a aparência ao conteúdo, o fingimento ao esforço das soluções” e de ter transformado “todo o debate político numa gigantesca encenação”, lembrando ainda que na próxima sexta-feira durante o debate agendado pelo BE sobre o alargamento dos critérios de atribuição do subsídio de desemprego, as posições de cada partido ficará clarificada.

O dirigente do BE afirmou ainda que “no passado, o PS já conseguiu um queijo Limiano e uma direita a reboque, agora é uma queijaria inteira que o Governo pretende negociar e esse tripé com a direita é o que ameaça a solução para os problemas económicos”, não deixando de relembrar o caso BPN, que classificou como a escandaleira que daria para pagar “sete anos de subsídios de desemprego a todos os desempregados”.

A saúde foi outro tema que mereceu destaque no primeiro dia das Jornadas Parlamentares do BE. Durante uma visita ao hospital de Faro, o deputado João Semedo afirmou que o reforço de 0,6% no próximo Orçamento de Estado para o sector da saúde está muito abaixo do necessário e claramente insuficiente para as necessidades do Serviço Nacional de Saúde.