You are here
“Uma saúde de qualidade é condição básica da democracia”

Os assuntos foram vários, Novo Banco, TAP, off-shore da Madeira, a avaliação do candidato da extrema-direita e do papel do atual Presidente da República por exemplo, e as interrupções por parte do entrevistador foram ainda mais. Mas Marisa Matias conseguiu vincar um dos temas mais fortes que trouxe à entrevista desta segunda-feira a Miguel Sousa Tavares na TVI: a saúde.
A candidata presidencial vincou a defesa do Serviço Nacional de Saúde que considerou estar “em risco”. A pandemia foi ocasião para percebermos “as limitações” do SNS que “já começaram há muito tempo” com o desinvestimento a que foi votado anteriormente.
Para Marisa Matias, o caminho a seguir é o inverso: há que defender o Serviço Nacional de Saúde e “reforçar os recursos” porque “uma saúde de qualidade é condição básica da democracia”.
Aliás, de acordo com a eurodeputada, “recentemente tivemos uma oportunidade excelente com a Nova Lei de Bases de Saúde de por um pouco em prática o que António Arnault e João Semedo defenderam”. Só que “acabámos com um grande peso dos privados”. E aí, critica, o Presidente teve um papel: “Marcelo Rebelo de Sousa utilizou a sua posição para insistir na manutenção do papel dos privados na nova lei de bases da saúde”.
Marisa Matias foi também critica do papel dos privados durante a pandemia. Quando esta começou “foram os primeiros a fechar portas”, “foram os privados que não continuaram com os acordos que tinham com o serviço público”, chegando mesmo a recusar mulheres grávidas com Covid. A candidata presidencial avaliou isso como “indecente e inaceitável”.
Face a um entrevistador que quis provar ao mesmo tempo que há médicos a mais no sistema público de saúde e que morreram milhares de portugueses por falta de assistência médica nesse mesmo sistema, Marisa Matias não deixou de notar a contradição e esclareceu a sua posição sobre o papel dos privados no contexto do combate à pandemia: “é óbvio que temos de utilizar toda a capacidade instalada. A questão é de que forma a capacidade instalada é determinada”.
Por outro lado, insistiu que temos “falta de pessoal de saúde” e que “falta uma carreira para os auxiliares”, havendo “regiões do território que não estão a ter os mesmos cuidados” e lembrou que “temos menos 1.029 médicos do que no início da pandemia… o que não é normal convenhamos”, antes de rematar o tema voltando a afirmar que precisamos de investir na saúde.
Add new comment