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“Precisamos de mais profissionais no SNS e não de promessas que não são cumpridas”

Catarina Martins reforçou esta segunda-feira que quer um Orçamento do Estado com medidas concretas para reforçar o Serviço Nacional de Saúde e garantir que este responde a toda a população. Desde o início do ano, o SNS já perdeu quase mil médicos.
Catarina Martins durante o encontro com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Portimão
Catarina Martins durante o encontro com o conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Portimão. Foto de Luís Forra/Lusa.

A coordenadora do Bloco deslocou-se esta segunda-feira ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, em Portimão, onde se reuniu com a administração deste serviço de saúde. À margem do encontro, Catarina Martins relembrou o problema que enfrentamos no que respeita à contratação de médicos e outros profissionais de saúde e da sua fixação.

No último ano, o Serviço Nacional de Saúde perdeu quase mil médicos, entre médicos internos e médicos de carreira. Ainda assim, “ao invés de contratarmos mais médicos, tal como estava previsto no Orçamento do Estado, e no momento em que enfrentamos uma pandemia, o SNS perdeu quase mil médicos”, assinalou a dirigente bloquista.

Catarina referiu que, entretanto, abriram concursos já no final do ano. Contudo, os concursos que abriram servem para manter aqueles que estiveram a ser formados no SNS até agora. Caso estes não entrem, perderemos ainda mais médicos.

A coordenadora do Bloco destacou que ficaram mais de 100 vagas para médicos de família por preencher por falta de médicos interessados, o que implica que aos 918 médicos que perdemos ao longo do ano acrescentam-se agora estas vagas que ficam por preencher.

De acordo com Catarina Martins, para fixar profissionais de Saúde no SNS “não basta prometer que se vão abrir concursos para médicos. Os concursos vão continuar vazios se não se encontrarem condições para que os médicos e os restantes profissionais de saúde exercerem a sua profissão”.

A dirigente bloquista defendeu ser necessário não só prever o investimento adequado como garantir a sua execução, lembrando que investimento que estava previsto no orçamento para este ano não foi executado.

Para reforçar o SNS é igualmente imperativo defender as condições de trabalho dos profissionais, e as suas próprias carreiras. Catarina apontou que os prestadores de serviços que, inclusive, saem mais caros ao SNS, reforçam os serviços de urgência, mas não resolvem a questão dos tratamentos quotidianos. Para assegurar que existem as equipas adequadas às necessidades da população, deve ser garantida a vinculação dos profissionais. Assim como devem ser criadas condições concretas para a dedicação plena dos profissionais e garantida a abertura de concursos para formação de especialidade. Outra das questões que, segundo a dirigente bloquista, ainda está por resolver diz respeito à criação da carreira de técnico auxiliar de saúde.

Catarina referiu-se ainda à proposta de criação de uma comissão que garanta o acompanhamento técnico e científico da covid-19, acompanhe a evolução da pandemia e proponha soluções. Esta é uma medida que já existe noutros países e é defendida por vários especialistas do setor em Portugal, como é o caso de Constantino Sakellarides, ex-Diretor-Geral de Saúde e Professor Jubilado da Escola Nacional de Saúde Pública.

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