Na passada quarta-feira, duas agências da ONU, a Organização Internacional para a Migração e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, fizeram um comunicado conjunto informando que do naufrágio ocorrido na segunda-feira na costa de Zwara, Líbia, tinham resultado 45 vítimas mortais, cinco das quais crianças.
37 pessoas foram ainda salvas por pescadores locais e conseguiram sobreviver ao acidente causado pela explosão do motor. As agências da ONU esclarecem que os sobreviventes eram do Senegal, do Mali, do Chade e do Gana.
Face à tragédia, estes organismos pedem aos vários países que revejam os seus esforços de resgate e que parem de impedir o trabalho das Organizações Não-Governamentais que resgatam migrantes no Mediterrâneo. Criticam os Estados pelos “recentes atrasos” que se estão a verificar e “as falhas na assistência” que são “inaceitáveis e põem vidas em risco”.
Outra das suas preocupações é que os governos europeus estão a enviar de volta os refugiados para a Líbia, um país que está em plena guerra e onde estas pessoas ficam “em risco devido ao conflito, a violações graves dos direitos humanos e detenções arbitrárias pós-desembarque.”
As agências da ONU manifestam-se contra a desresponsabilização das operações de resgate, dizendo que “qualquer assistência e responsabilidades atribuídas a entidades de busca e salvamento líbias devem ser condicionadas à não detenção arbitrária, maus tratos ou sujeição a violações dos direitos humanos pós-desembarque”.
Este ano, 302 pessoas morreram a tentar a travessia do Mediterrâneo, segundo dados da OIM. No total, desde 2014, a mesma entidade contabiliza 20.000 mortes.
Agências #ONU lamentam morte de 45 migrantes refugiados no maior naufrágio registrado este ano, no Mar Mediterrâneo. #ACNUR @Refugees e #OIM @UNmigration querem “reforço da capacidade de busca e resgate para responder aos pedidos de socorro” na região https://t.co/xm5bnM5q4a pic.twitter.com/iBsi59UoOJ
— Nações Unidas (@NacoesUnidas) August 20, 2020