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Novo primeiro-ministro iraquiano recebido com protestos
Mohammed Allawi é o novo primeiro-ministro do Iraque. O ex-ministro da Comunicação foi nomeado primeiro-ministro na sequência de um acordo entre partidos. Esta nomeação ocorre precisamente no último dia do prazo de dois meses estabelecido por Barham Saleh, o Presidente do país. Em alternativa, Saleh tinha informado que na ausência de um nome escolhido pelos partidos este iria escolher quem julgasse ser “mais aceitável” para o Iraque.
Allawi irá agora a votos na próxima sessão parlamentar, tendo depois 30 dias para apresentar o seu programa de governo e os respetivos ministros.
Esta nomeação surge após meses de manifestações em Bagdad e no sul do país. Os manifestantes querem uma nova classe política, exigem o fim da corrupção, emprego e melhores condições de vida. Também o vizinho Irão é alvo dos protestos, com os manifestantes a acusar o país de ingerência nas questões internas. Os protestos que ocorrem desde outubro têm incluído episódios de violência que culminaram na morte de quase 500 pessoas, com a polícia a recorrer a fogo real para reprimir os protestos.
Assim que surgiu a notícia da sua nomeação, os manifestantes voltaram às ruas, acusando Allawi de ser parte da elite dominante que querem ver fora do poder no Iraque, rejeitando-o como primeiro-ministro.
O novo primeiro-ministro ficará no poder até às próximas eleições, para as quais não há ainda data marcada. Num discurso à nação através da televisão estatal, Allawi prometeu construir um “Estado de liberdade e justiça” e responder às exigências dos manifestantes.
“Prometo proteger os manifestantes pacíficos e libertar os prisioneiros inocentes (…) realizar eleições antecipadas (…) e proteger o Iraque de qualquer interferência estrangeira”, disse.
Um dia após estas declarações, os apoiantes do clérigo populista Moqtada al-Sadr foram instados por este a ajudar as forças de segurança a limpar as estradas bloqueadas nos últimos meses pelos manifestantes. Al-Sadr pediu um regresso à vida normal após a nomeação de um novo primeiro-ministro.
Numa mensagem publicada na sua conta do Twitter, al-Sadr afirmou: “Aconselho as forças de segurança a impedirem o corte de estradas e o Ministério da Educação a punir aqueles que impeçam o horário de trabalho regular, sejam estudantes, professores ou outros".
Foram também os apoiantes de al-Sadr que atacaram manifestantes que ocupam desde outubro a Praça Tahrir, noticia a Reuters.
“Atacaram-nos de surpresa e forçaram-nos a sair, gritando que não fazemos bem algum ao país, exceto arruiná-lo economicamente”, afirmou à Reuters Rassoul, um estudante de 20 anos que ocupa a praça desde outubro.
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