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Líbia: Autoridade eleitoral propõe adiar presidenciais

Marcadas para dia 24 de dezembro, as eleições não tinham ainda lista oficial de candidatos aprovada. Segundo as autoridades eleitorais, vários problemas impediam as candidaturas de alguns dos mais importantes candidatos. As tensões crescem no país.
Era suposto ser um ponto de chegada de um processo negocial difícil. Mas as eleições presidenciais na Líbia, apadrinhadas pela ONU e marcadas para o próximo dia 24, estão longe de poder marcar o fim do conflito que se arrasta no país desde a queda de Mouammar Kadhafi em 2011. A guerra civil está em suspenso desde outubro do ano passado mas as tensões regressam em força ao país. Esta terça-feira milícias armadas marcavam posições em Tripoli. No mesmo dia, em Misrata, um líder de uma milícia, Salah Badi, orga
Era suposto ser um ponto de chegada de um processo negocial difícil. Mas as eleições presidenciais na Líbia, apadrinhadas pela ONU e marcadas para o próximo dia 24, estão longe de poder marcar o fim do conflito que se arrasta no país desde a queda de Mouammar Kadhafi em 2011. A guerra civil está em suspenso desde outubro do ano passado mas as tensões regressam em força ao país. Esta terça-feira milícias armadas marcavam posições em Tripoli. No mesmo dia, em Misrata, um líder de uma milícia, Salah Badi, organizava uma parada das suas tropas para demonstrar força. Na segunda-feira, guardas armados tinham forçado o encerramento de quatro campos petrolíferos levando à perda de um terço da produção diária de acordo com a Companhia Nacional de Petróleo. Neste contexto, uma comissão parlamentar concluiu a “impossibilidade” das eleições acontecerem na data prevista e, esta quarta-feira, Alta Comissão Eleitoral Líbia, HNEC, a autoridade eleitoral do país, acabou por propor o adiamento deste ato eleitoral por um mês depois de “concertação com o Parlamento”. Este ficará encarregue de “adotar as medidas necessárias de forma a levantar os entraves ao processo eleitoral”. A HNEC explica que havia “legislações eleitorais desadequadas no que diz respeito ao papel da justiça nos recursos e contenciosos eleitorais” e que esta fase de recursos se tornou “um ponto de viragem perigoso para o processo eleitoral” em que “todos os esforços para levar este prazo histórico a uma conclusão bem sucedida foram interrompidos por considerações fora do controlo dos responsáveis pelo processo”. A linguagem é eufemistica face ao caos em que o processo se tornou, por razões logísticas mas sobretudo pelos desacordos entre os campos que se opuseram na recente guerra civil líbia, alimentada por várias potências regionais, como a Turquia por um lado, a Rússia, Egipto e os Emirados Árabes Unidos por outro. A dois dias das eleições, não havia ainda sequer uma lista final de candidatos aceites. Dos 98 candi

Era suposto ser um ponto de chegada de um processo negocial difícil. Mas as eleições presidenciais na Líbia, apadrinhadas pela ONU e marcadas para o próximo dia 24, estão longe de poder marcar o fim do conflito que se arrasta no país desde a queda de Mouammar Kadhafi em 2011.

A guerra civil está em suspenso desde outubro do ano passado mas as tensões regressam em força ao país. Esta terça-feira, milícias armadas marcavam posições em Tripoli. No mesmo dia, em Misrata, um líder de uma milícia, Salah Badi, organizava uma parada das suas tropas para demonstrar força. Na segunda-feira, guardas armados tinham forçado o encerramento de quatro campos petrolíferos levando à perda de um terço da produção diária de acordo com a Companhia Nacional de Petróleo.

Neste contexto, uma comissão parlamentar concluiu a “impossibilidade” de as eleições acontecerem na data prevista e, esta quarta-feira, a Alta Comissão Eleitoral Líbia, HNEC, a autoridade eleitoral do país, acabou por propor o adiamento deste ato eleitoral por um mês depois de “concertação com o Parlamento”. Este ficará encarregue de “adotar as medidas necessárias de forma a levantar os entraves ao processo eleitoral”.

A HNEC explica que havia “legislações eleitorais desadequadas no que diz respeito ao papel da justiça nos recursos e contenciosos eleitorais” e que esta fase de recursos se tornou “um ponto de viragem perigoso para o processo eleitoral” em que “todos os esforços para levar este prazo histórico a uma conclusão bem sucedida foram interrompidos por considerações fora do controlo dos responsáveis pelo processo”.

A linguagem é eufemistica face ao caos em que o processo se tornou, por razões logísticas mas sobretudo pelos desacordos entre os campos que se opuseram na recente guerra civil líbia, alimentada por várias potências regionais, como a Turquia por um lado, a Rússia, Egipto e os Emirados Árabes Unidos por outro.

A dois dias das eleições, não havia ainda sequer uma lista final de candidatos aceites. Dos 98 candidatos que se apresentaram, havia três que se destacavam: Khalifa Haftar, comandante do Conselho Nacional de Transição que domina o leste do país; Abdul Hamid Dbeibah, o primeiro-ministro interino que lidera o movimento Futuro da Líbia, e Seif al-Islam Kadhafi, filho de Muammar Kadhafi. A justiça líbia dizia sobre todos eles que várias questões invalidavam as suas candidaturas.

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