A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) declara que, a poucos dias da decisão da juíza Vanessa Baraitser, do tribunal de Westminster, volta a condenar que o fundador do wikileaks tenha sido condenado pelas suas contribuições ao jornalismo e apela à sua libertação.
A juíza Vanessa Baraitser deve dar a conhecer a sua decisão às 10h locais no Tribunal penal central de Londres. Este veredito conclui a semana de audiências de fevereiro passado e as quatro semanas de audiências em setembro passado, onde foram ouvidas as testemunhas. O veterano jornalista John Pilger criticou as audiências, declarando que elas “fazem lembrar os julgamentos estalinistas”.
Rebecca Vincent, diretora das campanhas internacionais dos RSF, declara que “o caso Julian Assange é um escândalo”, considerando que a motivação é política e “visa fazer de Assange um exemplo para intimidar os média através do globo”. “É o próprio futuro do jornalismo e da liberdade de imprensa que está em jogo”, frisa.
A RSF elaborou uma petição, que a 31 de dezembro de 2020 tinha mais de 108.000 assinaturas. Em 7 de setembro passado, a associação tentou entregá-la ao primeiro-ministro britânico, que se recusou a aceitá-la, pelo que a RSF a enviou por correio a Boris Johnson e também aos ministros da Justiça, do Interior e dos Negócios Estrangeiros.
A Amnistia Internacional (AI) defende que os EUA devem retirar as acusações contra Assange e considera que a “perseguição implacável” que o governo norte-americano lhe faz, é um “um ataque em grande escala ao direito à liberdade de expressão”. E, alerta que se o fundador da wikileaks for extraditado ele enfrentará nos EUA “um risco real de graves violações dos direitos humanos, incluindo possíveis condições de detenção que equivaleriam a tortura e outros maus-tratos (como confinamento solitário prolongado)”.
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, sigla em inglês) pede aos seus filiados que defendam a libertação de Assenge e dos outros 234 jornalistas, que estão presos e frisa: “O jornalismo não é crime”.