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“A energia nuclear é intrinsecamente antidemocrática”
Da iniciativa organizada pelo Movimento Ibérico Anti-Nuclear (MIA), resultaram várias conclusões, bem como o agendamento de inúmeras iniciativas em Espanha e Portugal.
O MIA reforçou a exigência de que “não se outorguem novas Autorizações de Exploração, e se vão fechando as nucleares à medida que expirem as suas autorizações”.
Os ativistas consideram que “a oposição à central nuclear de Almaraz é fundamental para o futuro nuclear de Espanha e para acabar com esta ameaça para o meio ambiente da Península Ibérica”. Em particular, “a ameaça ao rio Tejo é compartilhada pelos dois países vizinhos: Espanha e Portugal”, destacam.
Segundo o MIA, “a oposição à construção do armazém temporário individualizado (ATI) de Almaraz baseia-se na ameaça que este supõe para o território e para o rio Tejo, e em que o ATI servirá para prolongar o funcionamento da central para além da sua atual Autorização de Exploração”.
“A energia nuclear é intrinsecamente antidemocrática”, lê-se no documento emitido no final do encontro, no qual se assinala que a energia nuclear responde aos interesses “de uns poucos em detrimento do bem-estar e da segurança do meio ambiente e da população”.
“As instalações necessárias para gerir os resíduos radioativos têm de ser construídas e decididas com a participação da população”, defende o MIA.
O movimento ibérico destaca ainda que “na energia nuclear não há fronteiras nem soberanias que proteger. São todas as populações a proteger. Neste caso, a República de Portugal deve ser consultada e decisória tanto no futuro do ATI como no da central de Almaraz”.
Para os ativistas, a exploração do urânio é “a insensatez que cujos efeitos nocivos para o meio ambiente e as pessoas ainda perduram em Portugal e Espanha”: “Devemos deter qualquer tentativa de explorar novas minas, em particular em Retortillo (Salamanca)”.
“A energia nuclear não existiria sem protecionismo económico e subvenções e sem apoio político. Os benefícios e as conivências com as eléctricas nucleares devem parar de imediato”, frisam, lembrando que “já existem alternativas viáveis à energia nuclear e ao atual sistema eléctrico”.
“As cooperativas energéticas são a ponta de lança para a mudança que provêem de energia renovável e limpa. O autoconsumo é já uma realidade para além dos poderes centralizados da electricidade, que abrirá caminho apesar dos obstáculos que se lhe impõem. A poupança e a eficiência são também elementos fundamentais da transição energética”, escrevem.
Referindo a importância da internacionalização do movimento, comprometem-se “a trabalhar por planos de desenvolvimento alternativos nos territórios onde se fechem as centrais nucleares” e a continuar a trabalhar nas três frentes ao mesmo tempo: O institucional, o parlamentar e o popular.
Para o futuro próximo, o MIA tem já agendadas inúmeras iniciativas: uma jornada antinuclear no Parlamento Espanhol, uma conferência a 22 de abril em Vila Velha de Ródão, assim como o lançamento de uma campanha de informação sobre Almaraz em Portugal e a Endesa, uma manifestação a 10 de junho em Madrid, e uma eco-marcha em julho no Tejo.
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Enquanto o Mia (movimento
Enquanto o Mia (movimento ibérico anti-nuclear) defende a não proliferação da energia nuclear, os países ricos fazem uso dela e passam uma falsa ideia de defesa do meio ambiente, mas na realidade quem paga conta são nações mais fracas economicamente. Eu acho que a Espanha, Portugal, Grécia, Brasil, Venezuela e Argentina deveriam usar o enriquecimento de urânio para construir sua proteção contra esses gigantes que sempre dão as cartas. Aliás essas nações que possuem armas atômicas dificilmente serão ultrajadas por qualquer motivo, ninguém "peita" um país que possui bomba atômica porque sabe que o respectivo governo tem força bélica. Acho que já está na hora de nossos idealismos pousar os olhos um pouco nos aspectos práticos das energias nucleares.
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