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“Criminalizar o racismo na lei porque ele é um crime na vida”

Durante a apresentação do projeto do Bloco de Esquerda que altera o Código Penal, reforçando o combate à discriminação racial, José Manuel Pureza sublinhou que “o racismo é uma realidade indisfarçável na sociedade portuguesa”.
Os “comportamentos e discursos racistas não podem ser aceites como meras inconveniências ou meros gestos de falta de educação. O racismo é um atentado contra a dignidade das pessoas e as práticas de discriminação racial têm que ser objeto da máxima reprovação social e jurídica. E isso tem um nome: crime”, defendeu o deputado bloquista.
“Quase duas décadas de aplicação de uma abordagem contraordenacional a estas práticas, sancionando-as com coimas, mostraram-se muito pouco eficazes num combate legal e cultural que tem que ser de intensidade máxima”, lembrou José Manuel Pureza, sublinhando que “insistir nessa fórmula é não reconhecer que se há área da vida social em que é mais indiscutível o desvalor das práticas de discriminação é precisamente a que se refere à diversidade de ascendências ou origens étnicas”.
“Não fazemos da criminalização um fetiche mas estamos profundamente convictos de que, se as práticas mais abjetas de discriminação racial não constituírem crimes, é toda a tarefa de combate ao racismo que resultará diminuída”, acrescentou o dirigente bloquista.
Conforme sublinhou José Manuel Pureza, “o projeto de Lei que o Bloco de Esquerda apresenta visa precisamente situar no Direito Penal uma resposta adequada à gravidade de comportamentos racistas, sem que isso dispense o Estado e a sociedade de lançarem mão de todos os demais instrumentos úteis para o combate à discriminação racial”.
A proposta bloquista assume três diretrizes principais que passam pela identificação de práticas discriminatórias concretas dignas da máxima reprovação qualificando-as como crime, do agravamento das penas de crimes de injúria ou de difamação sempre que estes resultem de discriminação racial e da aplicação a este último tipo de crimes o regime de crime público.
“O racismo é o contrário da cultura de direitos humanos que a Constituição da República preconiza. É necessária toda a determinação para o combater”, frisou José Manuel Pureza, avançando que “o Bloco de Esquerda sempre esteve neste combate e volta hoje a ele, desafiando a que demos, como legisladores, um passo de responsabilidade e de frontalidade que é absolutamente necessário: criminalizar o racismo na lei porque ele é um crime na vida”.
Comments
Pois, mas a lei não incrimina
Pois, mas a lei não incrimina os assassinos que fazem a guerra, porque a guerra desautoriza a lei para que os autores da guerra legalizem a morte. A lei não incrimina o racismo, porque a lei é a favor dos criminosos com ideais racistas, talvez haja interesse da lei, que se possa punir a vida dos inocentes, porque esses são um incómodo para a lei.
Discordo em absoluto com
Discordo em absoluto com práticas racistas, xenófobas, sexistas, etc... Pessoas que advoigam tais ideiais não são boa companhia para mim. Mas concordo ainda menos com o silenciamento da opinião pessoal. Quem são vocês para arbitrar o que é que as pessoas podem pensar, ou dizer? Quem vos fez sumidades morais? Uma pessoa não pode ser discriminatória no seu discurso mas pode advogar às práticas assassinas do Lenine, Che, Mao, ou outro qualquer "querido líder"?
É isto que vocês chamam de liberdade? Ou será que a liberdade não está nos vossos planos? Será a endoutrinação do pensamento o vosso fim último?
Espero que quem ler esta notícia questione o mesmo também.
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