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Começou o congresso da Frente Polisário

A organização promete “intensificar a luta” pela libertação do povo saharaui e repudia a mudança do governo espanhol que passou a aceitar a posição marroquina. Em mensagem enviada à reunião, Catarina Martins desejou “paz e liberdade” e garantiu que o Bloco está solidário com a luta pelo direito democrático à autodeterminação.
XVI Congresso da Frente Polisário. Foto de EPA/STR/Lusa.
XVI Congresso da Frente Polisário. Foto de EPA/STR/Lusa.

Começou esta sexta-feira, no acampamento de refugiados saharauis de Dakhla, em Tindufe, na Argélia, o XVI Congresso da Frente Polisário. A reunião máxima do agrupamento político que luta pela independência do povo saharaui decorre até 17 de janeiro e tem como lema “intensificar a luta para expulsar o ocupante e completar a soberania”.

Este congresso, que conta com 2.000 delegados eleitos e 300 convidados presentes, tinha sido precedido de uma reunião preparatória, entre sábado e terça-feira da semana passada, na presença de todos os delegados.

A sessão inaugural foi aberta por uma intervenção de Brahim Ghali, presidente da República Árabe Saharaui Democrática e secretário-geral da Frente Polisário. A sua liderança estará em causa no conclave, apresentando-se a possibilidade de uma candidatura alternativa por parte de Bachir Mustafa, outro dos dirigentes históricos da organização e irmão do seu fundador, Luali Mustafa.

Mas em discussão estará sobretudo a situação no território ocupado por Marrocos e a estratégia a seguir. Ao jornal espanhol Público, um dirigente da organização considera que “os jovens estão fartos e não esperamos já nada de ninguém nem da ONU”, isto depois da organização ter considerado em 2020 que as ações de Marrocos em Guerguerat, no sul do Sahara Ocidental, constituíram um romper do cessar-fogo. De acordo com o mesmo órgão de comunicação social, “também está muito presente nos debates” a decisão do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de aceitar a proposta marroquina de autonomia para o território que causa a rutura entre a Frente Polisário e o governo de Espanha e que é considerada “mais uma traição”.

Na sessão de abertura também vários dos convidados internacionais apresentaram saudações. Pela parte do Bloco de Esquerda, Catarina Martins não pôde estar presente mas enviou uma mensagem por vídeo.

A coordenadora do Bloco saudou a Frente Polisário e expressou “mais uma vez a sua amizade para com o povo Saharaui”, destacando que a organização é reconhecida pelas Nações Unidas como o “legítimo representante do Povo Saharaui” e que continua a ser a “esperança de uma libertação adiada”.

Catarina Martins reiterou o repúdio pela alteração da posição do governo espanhol, um “revés histórico que representa o reconhecimento do território ocupado como parte do Reino de Marrocos” e que é “inaceitável”. Recordou ainda que o Bloco fez um apelo público ao governo português “para que contribua ativamente para as negociações sob os auspícios das Nações Unidas para garantir o direito do Povo Saharaui de decidir o seu próprio futuro através de um referendo”.

A dirigente política terminou a sua intervenção desejando desejando “paz e liberdade para o Povo Saharaui” e garantiu que este conta “hoje como sempre” com a sua solidariedade na luta pelo “direito democrático à autodeterminação”.

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