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Australianos processam governo por contaminação de águas e solos
São 40 mil os australianos que irão interpor uma ação conjunta contra o governo do seu país devido à contaminação de solos e águas subterrâneas decorrente do uso de produtos químicos em oito bases militares. Os cidadãos alegam que estes produtos provocam cancro do fígado e doenças renais.
Segundo o Diário de Notícias, entre os anos de 1970 e 2000 foram utilizados produtos com ácido perfluorooctanóico (PFAS), já ligado a cancro do fígado, doenças renais e outros problemas de desenvolvimento, em mais de 20 bases militares australianas.
"Os residentes que vivem em áreas contaminadas com PFAS viram os preços dos imóveis caírem, em alguns casos até 50%. Acreditamos que o Governo federal deve compensar esses moradores para que vivam em comunidades seguras", argumentou o porta-voz do grupo representado pela sociedade Shine Lawyers, explicando que a maioria das pessoas não têm dinheiro para simplesmente mudar de casa para outra região. Este é a maior ação conjunta alguma vez apresentada na Austrália.
A poluição, explicam, “está nos rios e nos riachos e nos peixes e nas pessoas”.
“Passei muito tempo com pessoas que choram porque descobriram que a sua água está contaminada e há anos que a bebem”.
A ação irá dar entrada em tribunal antes do final de 2019 e tem o apoio da ativista norte-americana Erin Brockovich, responsável pela liderança de um processo judicial conduzido entre 1991 e 1996 contra a Pacific Gas and Electric, por três décadas de contaminação de água potável com cromo hexavalente, em Hinkley, na Califórnia.
Por seu lado, o Ministério da Defesa australiano explicou que está a investigar a potencial contaminação por PFAS. O ácido foi substituído, desde 2004, por materiais menos poluentes, refere o Diário de Notícias.
"A Defesa continua a trabalhar na monitorização e gestão eficazes da contaminação por PFAS nas instalações afetadas em toda a Austrália e arredores", explica o Ministério.
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