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Ativistas pelo clima em greve de fome na Alemanha

Queriam ser ouvidos pelos candidatos dos três maiores partidos antes das eleições, mas estes dizem que só depois estarão disponíveis ou que só o farão quando acabar a greve de fome. Os ativistas ameaçam entretanto parar de ingerir líquidos.
Cartaz de solidariedade com greve de fome pelo clima realizada em Berlim. Foto de @hungerstreik21/Twitter.
Cartaz de solidariedade com greve de fome pelo clima realizada em Berlim. Foto de @hungerstreik21/Twitter.

Vários jovens de um grupo ambientalista chamado “A última geração” estão acampados em greve de fome, perto do parlamento alemão, desde o passado dia 30 de agosto. A sua exigência principal é serem ouvidos pelos três principais candidatos às eleições legislativas alemãs do próximo domingo.

Com o escrutínio a aproximar-se, alguns ativistas ameaçam parar de ingerir líquidos. Por seu turno, os candidatos dos Verdes, da CDU e do SPD anunciam a intenção de se reunir com eles mas apenas depois das eleições ou depois de acabarem com a greve de fome. Annalena Baerbock, a candidata dos Verdes, foi a única a contactá-los diretamente, por telefone e sobretudo para apelar ao fim da ação. Quando mais tarde foi confrontada com apoiantes da greve de fome numa ação de campanha, reiterou que só falaria pessoalmente com eles quando acabassem a greve.

Entretanto, várias destas pessoas já tiveram de receber assistência médica. Segundo a Deutsche Welle, Steffen Seibert, porta-voz de Angela Merkel, também apelou para que não coloquem a saúde em risco apesar do problema das alterações climáticas ser considerado pelo governo como “imensamente importante”.

Na verdade, o tema faz parte essencial da agenda política alemã depois das cheias de julho que fizeram 180 mortes. E esta sexta-feira, também na Alemanha, os ativistas da greve climática estudantil vão sair à rua tornando-o ainda mais visível. Também a ativista sueca Greta Thunberg marcará presença em Berlim.

Mas para os ativistas que recorreram à greve de fome, que serão pelo menos seis segundo a France-Presse, é preciso ir mais longe do que as greves climáticas estudantis e até das ações de desobediência civil em nome do ambiente que não têm “levado a nenhuma mudança” ao nível político, diz Hannah Luebbert. Jacob Heinze acrescenta que é por isso que esta forma de luta foi o “último recurso” encontrado face à “extrema seriedade da situação”. Ao Guardian, Lina Eichler vai mais longe: “o que estamos a fazer aqui não é tão mau quanto o que podemos esperar que recaia sobre nós se não agirmos já”. Daí que o seu lema seja “estamos em greve de fome porque a crise climática mata”.

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