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O Ensino Superior Politécnico em Portugal
O ensino politécnico, a par com o ensino universitário, constitui o modelo binário de educação superior que vigora em Portugal; de resto, à semelhança da maioria dos países europeus. O presente texto constitui uma abordagem reflexiva às disparidades entre o ensino superior universitário e o ensino superior politécnico em Portugal. Ainda que com raízes e características idiossincráticas que caracterizam cada um destes subsistemas de ensino, existem algumas desigualdades que radicam, possivelmente, num preconceito político-social contra o ensino superior politécnico.
Numa breve contextualização histórica, Joaquim Mourato justifica o nascimento do ensino superior politécnico, entre outras razões, como «uma resposta eficiente às necessidades do mercado de trabalho, com a oferta de um ensino mais prático e vocacional, sendo economicamente relevante» (2014: 113). Ainda neste campo, o autor afirma que a criação deste subsistema de ensino prende-se com a necessidade de crescimento socioeconómico regional. Deste modo, o ensino universitário acabaria por assentar num modelo conceptual e teórico enquanto que o ensino politécnico ministrava segundo uma base teórico-prática (2014: 118).
No entanto, com o passar do tempo o ensino superior politécnico e o ensino universitário sofreram uma aproximação em algumas áreas científicas que se materializou no ministrar de licenciaturas de caráter semelhante. A ilustrar esta realidade compare-se os objetivos e saídas profissionais apresentados na licenciatura em Ciências do Desporto da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa com os da licenciatura em Desporto da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. O mesmo para a licenciatura em Ciências da Comunicação ministrada pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e a licenciatura em Comunicação Social da Escola Superior de Educação do IPSetúbal (ver anexo I).
Esta aproximação, no entanto, não resultou numa uniformização ao nível do ensino e da carreira docente. Os professores/as dos institutos politécnicos auferem salários mais baixos, dispõem de menos horas de investigação e de maior carga horária letiva. Ou seja, apesar de existirem áreas científicas que se intersetam em ambos os subsistemas de ensino, a valorização da carreira docente é desigual nestes dois ramos. A reiterar esta desigualdade, encontram-se os constrangimentos e exigências sucessivas para que seja conferida, a qualquer instituto politécnico, a possibilidade de conferir o grau de doutoramento. No fundo, e, em linguagem vernácula, diz-se aos institutos politécnicos que podem fazer a omelete, mas sem os ovos. Poder-se-á ponderar que esta realidade tem origem num preconceito político e social contra o ensino politécnico que orbita em torno da ideia de que os estudantes deste tipo de ensino têm menor capacidade cognitiva e/ ou estão menos capacitados. Note-se também que, de acordo com os dados obtidos para a redação deste texto, existe uma maior incidência de estudantes auxiliados pelos Serviços de Ação Social (SAS) nos institutos politécnicos do que nas universidades. Esta realidade deve exortar-nos a refletir sobre a origem e as consequências desta realidade.
Torna-se fundamental pensar e discutir sobre as disparidades supramencionadas tendo em conta, tal como se verifica, a aproximação técnico-científica que resulta no ministro de licenciaturas de natureza semelhante, não espelha uma aproximação de critérios e exigências entre estes dois subsistemas. Mais: é causa de um investimento menor nos politécnicos, o que, por sua vez, compromete a qualidade do ensino de milhares de estudantes.
Bibliografia:
Mourato, J. (2014). Revista FORGES - Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa.
Link: https://digitalis-dsp.uc.pt/jspui/bitstream/10316.2/36222/1/O%20ensino%2...
Ciências do Desporto (FMH-UniLisboa) |
Desporto (ESE-IPS) |
Objetivos |
Objetivos |
Esta licenciatura visa desenvolver uma sólida formação de base em Ciências do Desporto que habilite o futuro licenciado, à entrada no mercado de trabalho do Treino Desportivo ou do Exercício e Saúde e no prosseguimento dos seus estudos em Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. Treino Desportivo: desenvolver competências sociais, de liderança, de gestão de projetos e equipas. Exercício e Saúde: desenvolver competências a) na avaliação da atividade física e dos comportamentos sedentários, da aptidão física, da composição corporal e da gestão do peso, com recurso às mais modernas tecnologias; b) na conceção e prescrição de programas de exercício; c) na utilização de equipamentos e metodologias de treino; d) na dinamização de equipas e iniciativas de carácter informativo e educacional. |
A Licenciatura em Desporto, pretende dotar os estudantes, em áreas de gestão desportiva, exercício e saúde, desporto ou em áreas afins, com competências profissionais diferenciadas para investigar e intervir, utilizando evidência científica na área das Ciências do Desporto. Os estudantes devem desenvolver conhecimento e competências a partir do estudo de casos específicos segundo a perspetiva das Ciências do Desporto, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e níveis de funcionalidade dos sujeitos face à condição/objetivo que o mesmo apresenta, casos de análise e otimização da performance humana e desportiva, ou casos de desenvolvimento de ajudas técnicas em populações específicas.
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Saídas Profissionais |
Saídas Profissionais |
Treino Desportivo: Treinador Desportivo com acesso direto à Cédula de Treinador de Desporto; Preparador Físico; Técnico Superior de Desporto; Diretor Técnico; Animador Desportivo; Formador. Exercício e Saúde: academias, ginásios, clubes desportivos e de saúde, prática privada, assim como em outras instituições de serviços na área do Exercício e Saúde. |
O técnico superior em Desporto terá uma habilitação adequada para a intervenção técnico-pedagógica no âmbito do Desporto, como agente de desenvolvimento social, económico e cultural, no quadro das profissões das Ciências do Desporto, em instituições públicas e organizações privadas, nomeadamente: Empresas de Serviços Desportivos, Escolas de Formação Desportiva, Associações e Federações Desportivas, Empresas do Sector Turístico e Hoteleiro, Ginásios, Academias de “fitness” e Centros de Saúde, Autarquias, Parques Naturais, Temáticos e de Recreação, etc. |
Ciências da Comunicação (FCSH-UNL) |
Comunicação Social (ESE-IPS) |
Objetivos |
Objetivos |
Os licenciados em Ciências da Comunicação ficam habilitados com os conceitos, as ferramentas e as metodologias necessárias ao exercício profissional ou investigação académica nas diferentes áreas da comunicação. O plano de estudos concilia as necessidades gerais de formação teórica e prática com a possibilidade de criação de um percurso personalizado do aluno, em quatro áreas opcionais: |
Proporcionar formação na área da Comunicação Social, visando o desenvolvimento de competências para a execução de trabalhos nos domínios teóricos e práticos, numa tentativa de compreensão crítica e interventiva dos múltiplos fenómenos da comunicação; Conhecer e dominar as realidades profissionais, nomeadamente nos domínios do jornalismo e da comunicação cultural, integrando as suas dimensões conceptuais e práticas.
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Saídas Profissionais |
Saídas Profissionais |
Jornalismo
Comunicação estratégica
Cinema e televisão
Comunicação, cultura e artes
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Destina-se a formar profissionais de jornalismo (rádio e imprensa), técnicos de informação e comunicação, procurando responder às necessidades regionais, num contexto em que estas áreas têm grande impacto no desenvolvimento e inovação. |
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