Grevistas fazem esta terça buzinão que termina diante do Ministério da Saúde. Sindicatos acusam tutela de inventar números para desfocar a enorme revolta que os enfermeiros expressam com o seu movimento.
A greve dos enfermeiros, que começou às 14h desta segunda-feira, teve uma adesão de "cerca de 90 por cento", de acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
"Hoje os enfermeiros deram expressão pública à sua grande insatisfação e revolta, tendo determinado cerca de 90% de adesão no turno da tarde, que é o primeiro desta greve de quatro dias", disse à agência Lusa o coordenador nacional do SEP, João Carlos Martins,.
O sindicalista aproveitou para contestar os números avançados pelo Ministério da Saúde, que falou de uma adesão de 50,59%.
"O Ministério da Saúde teve de recorrer a malabarismos que não são correctos, isto é, contabilizou enfermeiros do turno da noite e da manhã como enfermeiros escalados quando nem sequer é possível aderirem à greve, e inventou números para desfocar a enorme revolta que os enfermeiros estavam a expressar no citado turno da tarde", disse João Carlos Martins.
A greve, de quatro dias, termina só às 8h de quinta-feira.
Para Guadalupe Simões, do SEP, na origem da greve continua a estar o "sentimento de discriminação que os enfermeiros sentem por parte do Ministério da Saúde".
A dirigente sindical acusa a tutela de relegar os enfermeiros para licenciados de segunda, ao não serem pagos conforme a lei: "Se um nutricionista ou um advogado ou um outro profissional qualquer fosse admitido para um hospital seria por um mínimo de 1.200 euros, enquanto para os enfermeiros, que já são licenciados, o Ministério da Saúde tem uma proposta de manter de 1020 euros até 2013".
Os sindicatos dos enfermeiros realizam esta terça um buzinão de protesto que arranca, pelas 8h30 horas, do Hospital Garcia da Orta, em Almada, e de dois pontos da Segunda Circular, em Lisboa, para uma concentração que deverá ter lugar, pelas 11 horas, à porta do Ministério da Saúde.
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