Francisco Alves

Francisco Alves

Dirigente sindical.

O XV Congresso da CGTP-IN, que se realiza nos próximos dias 23 e 24 no Seixal, é um enorme desafio pelo reforço da capacidade de influência da central sindical e dos sindicatos de classe e passa também por um sindicalismo que não teme o alargamento da sua agenda de intervenção.

Hoje, não basta dizer que os direitos se defendem exercendo-os, são precisas respostas novas, discutidas e aceites pelos trabalhadores para na negociação e/ou na luta continuarmos a fazer frente a este enorme e violento ataque do patronato e governo.

O combate à inflação e a luta pelo aumento real dos salários e pensões, vai continuar e densificar-se. Vamos passo a passo, construindo as lutas e criando movimento de massas que seja capaz de dar respostas a governos de maioria absoluta, que não ouvem quem vive do seu trabalho.

Quando oiço o primeiro-ministro dizer que se recusa a mexer nos salários e pensões, sei bem que a sua posição se traduz num engolir dos rendimentos dos trabalhadores pela inflação, ao mesmo tempo que não atua no controle dos preços de bens essenciais e não taxa os “lucros que caiem do céu”.

Notícias que saíram na Comunicação Social levam-me a escrever um apontamento sobre um assunto que os mais interessados e envolvidos na vida sindical e no sindicalismo de classe que se defende na CGTP, desejariam que não fosse notícia.

Não aceitamos disputar migalhas, temos de colocar em cima da mesa as nossas posições com clareza. Isso ajudará o movimento popular e laboral a crescer e vir à luta para responder à crise.

Defendo que o teletrabalho total não é funcional, as pessoas precisam de interação laboral e social. Mas importa ouvir, quem sente na pele os efeitos desta nova realidade e não estão a ser devidamente compensados.

O XIV Congresso da CGTP vai realizar-se a 14 e 15 de fevereiro. Estamos perante o enorme desafio do reforço da influência da central, por um sindicalismo que não tema o alargamento da sua agenda de intervenção e pelo reforço do pluralismo.

Precisamos de continuar a dar passos certos e seguros para não estagnarmos no caminho da mudança à esquerda.

Em 2017 a esquerda precisa de fazer mais e melhor para retirar da legislação laboral “as marcas da troika e da direita”, entre as quais a redução dos dias de férias.