Bruna Oliveira Lemos

Bruna Oliveira Lemos

Natural de Guimarães. Professora de português.

A Sumud Flotilla, que significa flotilha da resiliência, tinha um propósito claro: mobilizar consciências e trazer o foco do mundo para o massacre contínuo em Gaza. Todos sabiam que poderiam ser intercetados, mas também sabiam o poder transformador que a sua ação poderia gerar. E gerou. E continuará a gerar.

O que há a fazer pela flotilha é agora: assumir uma posição e dar proteção diplomática. Espanha já o fez. Porque sabe que o silêncio é morte. Porque sabe que o mínimo que um país deve aos seus cidadãos é a defesa da vida. Portugal encolhe os ombros.

Há algo de profundamente errado num país onde uma mãe precisa de provar, com atestado médico, que o seu bebé ainda precisa dela. Isto não é evolução. É um retrocesso pintado de racionalidade.

Num país governado exclusivamente pela direita, os que não têm poder sairão mais prejudicados. São eles os trabalhadores. As mulheres. Os idosos. Os precários. As minorias. Os doentes. Os pobres. Os invisíveis que todos se esquecem. A extrema-direita quer apagar qualquer vestígio de justiça social.

Quando a ignorância serve o populismo. O discurso de ataque às minorias tem sido, desde sempre, uma ferramenta de manipulação política. Divide-nos. Enfraquece-nos. Impede-nos de ver o inimigo real.

Porque é que uma mulher assertiva incomoda tanto? Mariana Mortágua é só o reflexo de algo maior. Enquanto o ódio às mulheres for tão automático e aceite continuaremos a precisar de mulheres como ela.