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Visita técnica será ponto de partida para classificação do arquivo do DN

Técnicos da DGLAB visitam esta sexta-feira o arquivo do Diário de Notícias, nas instalações da Global Media Group em Lisboa. Para já, o arquivo não pode ser vendido nem exportado.
Classificação arquivo do DN
Foto de Daniela Goulart | Flickr

De acordo com o DN, vários técnicos da Direção Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), uma entidade do Ministério da Cultura, vão visitar na próxima sexta-feira as instalações do arquivo da Global Media Group, em Lisboa, no seguimento do pedido feito por vários cidadãos como Fernando Rosas, Jorge Sampaio e Diana Andringa a exigir a preservação do arquivo do DN e JN, entre outros documentos. 

O processo terá início nas instalações de Lisboa, mas também será agendada uma visita às instalações do Porto. Pedro Tadeu, diretor da Direção de Documentação e Informação da Global Media Group, refere que "para já, o que está em causa é ver o material que existe, averiguar da sua importância e da necessidade ou não de ele ser classificado.” 

A situação é acompanhada há bastante tempo pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), segundo informou Silvestre Lacerda, responsável desta entidade do Ministério da Cultura e diretor do Arquivo Nacional Torre do Tombo, ao DN. O que motivou esta intervenção foi o requerimento assinado por diversos cidadãos a pedir a classificação do arquivo do DN, Silvestre Lacerda afirma que “há um grupo de pessoas que acredita que este património está em risco. Nós vamos avaliar o arquivo e perceber se há ou não motivos para que seja classificado.”

Por ter dado início ao processo de classificação, o arquivo não poderá ser vendido nem exportado. Mesmo assim, os projetos que estavam em curso podem continuar, como por exemplo o Arquivo Sophia de Mello Breyner, em Gaia. O processo burocrático poderá ficar terminado em 20 dias.

Relembramos que este arquivo contém 55 mil edições diárias de um jornal nacional. Guardados em microfilme, a partir de 1970 estão cerca de um milhão de fotografias, 3,5 milhões de negativos, 50 mil chapas de vidro, zincogravuras e provas de contacto e dez mil desenhos originais. Há artigos originais de Victor Hugo, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e de D. Carlos. Há ilustrações de Rafael e Columbano Bordalo Pinheiro, de Stuart Carvalhais e de Almada Negreiros.

O objetivo dos propositores da classificação do arquivo do DN é o de classificar o espólio como património arquivístico protegido para impedir que seja vítima da situação financeira da empresa. Os ex-presidentes Jorge Sampaio e Ramalho Eanes e os jornalistas Adelino Gomes, José Carlos Vasconcelos e Diana Andringa também subscrevem.

 
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