Sem que percamos nossas convicções políticas.
Contraditoriamente, ou não, o que constitui a maior potencialidade do Bloco de Esquerda, não só como força política nova e executora de uma nova política, é simultaneamente a sua maior fraqueza: a diversidade de movimentos políticos, grupos e indivíduos que o constituem.
De trotskistas a ex-estalinistas, passando por maoistas e pessoas que sentindo-se de esquerda não se reviam em nenhum dos partidos tradicionais existentes, foi desta diversidade de pensamento que nasceu o Bloco e é esta diversidade o motor que o faz caminhar.
No entanto, é também o engulho primeiro que faz o caldo entornar às primeiras adversidades.
Talvez tenhamos ainda que aprender a ouvir-nos, mais que a falar, e a conviver com a diferença ideológica.
Não se tendo verificado o prometido debate aberto, de “olhos nos olhos”, prometido pela Mesa na sequência das Legislativas de junho, produziram-se no entanto, centenas, senão mesmo milhares, de documentos, individuais ou coletivos, opinativos e reflexivos sobre a atualidade e o futuro do Bloco, numa quantidade e excelência tal que a atual Mesa não pode ignorar estes sentimentos participativos da parte do aderente mais mediático ao mais anónimo.
Por isso eu digo, camaradas, é chegada a hora de nos unirmos, não empenhando de modo algum nossos ideais políticos, mostrarmos a força que tem o Bloco e irmos à luta onde fazemos falta.
E se na Assembleia da República estamos bem e nossos deputados apresentam serviço...
É contra este monstro terrível, a troika e o governo troiquista de passos – paulo portas, que tudo sorve e devora à sua passagem, o nosso lugar é junto dos nossos colegas de trabalho, dos nossos amigos e conhecidos, das nossas famílias, dos desempregados, dos contratados precariamente, atuando nos nossos sindicatos... é na rua, a mostrar que existem outros rumos e que outras soluções são viáveis para as nossas vidas.
Dizem-nos que não há saída, o país está falido.
Diremos, a alternativa ao capitalismo é o socialismo democrático e livre, quem está falido não é o país mas as políticas de direita que sucessivos governos têm levado à prática.
Este, o desafio que hoje enfrentamos: saber fazer a unidade para rumar ao Socialismo.
Jaime Crespo
Aderente nº 8088 do Bloco de Esquerda