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Um terço dos trabalhadores da ONU assediados sexualmente

Um relatório interno da Organização das Nações Unidas revela que um em cada três dos trabalhadores consultados foi assediado sexualmente nos últimos dois anos. António Guterres responde com a necessidade de criar lugares de trabalho seguros.
Foto: Nações Unidas/Flickr

O inquérito online e anónimo foi realizado no passado mês de novembro. Houve 30,364 respostas entre funcionários da ONU e das suas várias agências. Ainda assim, segundo o relatório da organização, isto corresponde apenas a 17% do universo possível de respostas.

António Guterres considerou a taxa de respostas como “moderadamente baixa”. E, sobre isso, concluiu que “ainda temos um longo caminho a percorrer antes de sermos capazes de discutir aberta e completamente o assédio sexual” e que “talvez haja um sentimento persistente de desconfiança, percepção de inação e de falta de responsabilização”.

As respostas existentes são, porém, esclarecedoras: 21,7% dizem que foram alvo de histórias sexuais ou de piadas ofensivas, 14,2% foram objeto de comentários ofensivos acerca da sua aparência, do seu corpo ou de atividades sexuais, 13% foram alvo de tentativas indesejadas de conversas sobre sexo, 10,9% queixam-se de gestos e de linguagem de natureza sexual que consideraram ofensiva ou embaraçante para si e 10,1% foram tocadas de forma que as deixou inconfortáveis.

Mais de metade das pessoas disseram que este assédio ocorreu no escritório onde trabalham. Dois terços dos responsáveis pelo assédio são do sexo masculino. E apenas uma pessoa em cada três afirma ter tomado alguma ação depois de ter sido alvo de assédio.

Guterres considerou que a organização “deve liderar pelo exemplo” nas questões de igualdade, dignidade e direitos humanos” e assim “mudar para criar lugares de trabalho livres de assédio para todos.”

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