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Um sábado a cantar e a desfilar contra o racismo e a xenofobia em Portugal

As manifestações contra o racismo decorreram na tarde deste sábado em Lisboa, Porto e Coimbra. Com o caso de Cláudia Simões na memória de todos, a deputada Beatriz Dias exigiu uma investigação intransigente aos casos de violência policial “para que as pessoas racializadas e ciganas se sintam seguras”.
Manifestação contra o racismo. Lisboa, fevereiro de 2020. Foto de Rita Sarrico.
Manifestação contra o racismo. Lisboa, fevereiro de 2020. Foto de Rita Sarrico.

“A nossa luta é todo o dia! Contra o racismo e a xenofobia!” Foi uma das palavras de ordem que mais se cantou este sábado em Lisboa. Mas também a mesma mensagem foi passada em Coimbra e no Porto, onde igualmente se saiu às ruas contra o racismo e contra o medo das agressões policiais.

Em Lisboa, o encontro estava marcado para as três horas no Marquês de Pombal, onde se começaram a juntar pessoas erguendo faixas e cartazes nas quais se podia ler “abaixo a violência racista, justiça para Cláudia Simões”, “Stop violência policia, Stop racismo”, “não quero ter medo da PSP”, entre outras.

Avenida a baixo, gritou-se “mexeu com uma, mexeu com todas” e “não passarão”. E também se dançou.

Cerca de uma semana depois da agressão policial a Cláudia Simões, este foi o caso que despoletou imediatamente a manifestação. Mas Giovani Rodrigues, o jovem cabo-verdeano assassinado em Bragança, também não foi esquecido durante o desfile.

Segurança implica “investigar intransigentemente” a violência policial

Entre as várias vozes que se ergueram nesta ocasião estava a de Beatriz Dias. A deputada bloquista esclareceu que esteve presente “em solidariedade com a Cláudia Simões que foi brutalmente agredida” mas também não esqueceu que, no geral, “a violência policial que afeta de uma forma desproporcional as pessoas negras e ciganas”, situação que importa denunciar.

Sobre o caso de Cláudia Simões a deputada reiterou que é preciso “investigar intransigentemente” o que aconteceu”. O esclarecimento deste e de outros casos ocorridos é importante “para que as pessoas racializadas se sintam seguras”, reforçou.

Beatriz Dias pensa que as “forças de segurança devem trazer confiança à população, devem proteger a vida de todas e todos que vivem em Portugal”. Mas também é preciso que hajam “políticas públicas que corrijam esta situação”.

Por isso, a deputada falou também sobre algumas das propostas que defende sobre este tema. Deve ser criado “um organismo independente que investigue e que fiscalize estas situações”, “é preciso que as polícias tenham formação anti-racista” e que “haja um reforço da polícia de proximidade que pode garantir a confiança das populações nas forças de segurança”, concluiu.

 

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