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Um outubro de aumentos de preços

A somar ao resto dos bens e serviços cujo preço está a subir também as prestações das casas com empréstimos indexados ao Euribor, o gás e a eletricidade no mercado regulado aumentam a partir do início de outubro.
Gás. Foto de Paulete Matos.
Gás. Foto de Paulete Matos.

No último dia de setembro, a notícia foi a de que a inflação chegou aos 9,3%, o valor mais alto desde 1992. No primeiro dia de Outubro, segue-se-lhe a de que é o primeiro dia de uma nova ronda de aumentos: das prestações dos empréstimos à habitação indexados à Euribor, do gás e da eletricidade.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos tinha já anunciado em setembro que o preço no mercado regulado da eletricidade aumentava em 5 euros por megawatt/hora, 0,5 cêntimos por quilowatt/hora a partir do início de outubro. O regulador calcula que isto resultará num aumento de perto de 3% na fatura mensal.

De acordo com as contas feitas pelo Eco, isto pode implicar no caso de um casal sem filhos com, com uma potência contratada até 3,45 kVA e um consumo de 1.900 kWh por ano, uma aumento de 1,05 euros, passando a fatura a ser de 38,22 euros. No cenário de um casal com dois filhos com uma potência contratada de 6,9 kVA e um consumo de 5.000 kWh por ano o aumento será de 2,86 euros, chegando a fatura aos 94,97 euros.

Por outro lado, para quem está no mercado livre a entrada do mês de outubro não significará aumento do preço da eletricidade. EDP e Endesa garantiram que não farão aumentos até ao final do ano, Galp e Goldenergy não se comprometeram mas, como não anunciaram nenhum aumento e como este anúncio tem de ser feito com prazo mínimo de 30 dias, pelo menos em outubro não haverá aumentos.

Também o gás aumenta. Mas aqui tanto no mercado regulado como no livre. Para quem esteja no mercado regulado, o início do mês significa um aumento de 3,9% face a setembro. Se contabilizarmos desde o início do ano, houve um aumento de 8,2%. O mesmo jornal online Eco calcula que um casal sem filhos que esteja no primeiro escalão e com um consumo anual de 138 metros cúbicos paga mais 0,48 cêntimos, chegando só 13,21 e um casal com dois filhos que esteja no segundo escalão aumentará a fatura em 0,87 até aos 24,98 euros.

No mercado livre as subidas são diferenciadas. A maior é da EDP Comercial que tinha anunciado a 24 de agosto um aumento médio, a partir deste dia 1 de outubro, de 30 euros mensais a que se juntam mais cinco a sete euros em taxas e impostos. Isto quer dizer que os dois terços de consumidores doméstico que têm consumos mais baixou enfrentarão um aumento total de cerca de 22 euros na fatura.

A Galp também anunciou que vai aumentar em médio oito euros a fatura “para o escalão mais representativo de clientes” e a Goldeneergy aumenta dez euros.

Aumentam taxas de juro, aumenta a Euribor

A Deco fez um conjunto de simulações e concluiu que em outubro as prestações dos crédito à habitação irão aumentar entre 89 e 202 euros nos contratos indexados à Euribor a três, seis e 12 meses.

Segundo a associação de defesa dos consumidores, um cliente que tenha um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, indexado à Euribor a seis meses e com um spread de 1%, pagará, a partir deste mês, 600,20 euros, o que é um aumento de 146 euros face abril, data da última revisão da taxa. Se este mesmo empréstimo estiver indexado à Euribor a três meses o seu valor passará a ser de 555,25 euros, o que é um aumento de 89,08 euros à revisão da taxa feita em julho. E se for indexado à Euribor a 12 meses o valor passa a ser de 651,41 euros, um aumento de 202,10 euros relativamente a outubro de 2021.

As taxas Euribor começaram a subir a partir de 4 de fevereiro quando o Banco Central Europeu admitiu a possibilidade de uma subida das taxas de juro. A 21 de julho, a instituição aumentou efetivamente as taxas de juro diretoras em 50 pontos, o que foi o primeiro aumento em 11 anos. Depois, a 8 de setembro, voltou a fazer um aumento, desta feita de 75 pontos base.

A taxa Euribor a seis meses que é a mais utilizada em Portugal chegou na sexta-feira aos 1,809%. A taxa a três meses estava no mesmo dia em 1,173%. Já a taxa a 12 meses chegou aos 2,556%, uma diminuição face a setembro, altura em que tinha alcançado um máximo desde fevereiro de 2009.

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