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UE não toca nas relações com Israel

O Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia avaliou a situação decorrente da "operação" realizada pelo exército israelita contra a Frota da Liberdade, lamentou a "perda de vidas" e o "uso da violência" mas deixou incólumes as relações privilegiadas entre a UE e Telavive.
O Conselho pede a Israel uma "abertura imediata, sustentada e incondicional" do bloqueio a Gaza para passagem de ajuda humanitária, bens comerciais e pessoas, incluindo da Cisjordânia.

De acordo com o comunicado emitido após a reunião efectuada domingo no Luxemburgo, os chefes das diplomacias europeias consideram "essencial" a realização de um "inquérito completo e imparcial" - não um "inquérito internacional" como definiu o Conselho de Segurança da ONU e foi rejeitado por Israel - mas sim que "inclua participação internacional credível".

A comissão de inquérito já designada pelo governo de Israel tem a participação internacional de David Trimble, ex-chefe dos unionistas da Irlanda do Norte, e de um jurista militar canadiano - ambos merecedores da "confiança" do governo de Benjamin Netanyahu.

O Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia qualificou a situação em Gaza como "insustentável" e "contraproducente", os mesmos adjectivos anteriormente utilizados pela Sra. Ashton, Alta Representante da UE, Tony Blair, Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, e outros estadistas. Por essa razão, o Conselho pede uma "abertura imediata, sustentada e incondicional" do bloqueio para passagem da ajuda humanitária, bens comerciais e pessoas, incluindo da Cisjordânia.

Esta situação deve ser conjugada, de acordo com o comunicado, com "as legítimas preocupações de segurança de Israel" e o "fim total da violência e do tráfico de armas" na Faixa cercada. Os ministros dos Estrangeiros dos 27 exigem também o fim dos disparos de rockets a partir de Gaza, a libertação do soldado israelita Gilad Shalit e impõem ao Hamas que dê acesso "incondicional" à Faixa de Gaza à Cruz Vermelha, organizações não governamentais e agências da ONU.

O comunicado não explicita os autores das mortes e da violência que "lamenta" e "condena" em "águas internacionais".

O documento é também omisso em relação às propostas que têm sido feitas para suspensão do acordo de associação entre a União Europeia e Israel presumindo-se que, depois dos acontecimentos, a situação de relações privilegiadas entre as duas partes se mantenha. 

Notícia publicada no site do Grupo Parlamentar Europeu do Bloco de Esquerda.

Ler também artigo de opinião de Miguel Portas, Epílogo.

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