Era previsto que a ação coletiva contra a Uber fosse a julgamento no supremo tribunal de Victoria na segunda-feira, mas a gigante de transporte de passageiros acabou por aceitar pagar uma indemnização de 163 milhões de euros aos taxistas australianos e condutores de veículos de aluguer.
Conforme assinala o The Guardian, este é o quinto maior acordo de ação coletiva na história da Austrália, e surge como resultado do que a sociedade de advogados Maurice Blackburn descreveu como cinco anos "extenuantes" de uma batalha legal em nome de mais de 8.000 proprietários e motoristas de táxis e carros de aluguer.
O advogado principal da Maurice Blackburn, Michael Donelly, explicou que os motoristas e proprietários de veículos foram financeiramente prejudicados face à entrada agressiva da Uber no mercado, e que a empresa tentou sempre negar-lhes qualquer indemnização. O jurista referiu, inclusive, que a Uber X foi lançada na Austrália com a intenção de prejudicar os taxistas locais e os motoristas de carros de aluguer. E que a empresa utilizou carros não licenciados com motoristas não credenciados numa "conspiração por meios ilegais", enganando os reguladores e bloqueando geograficamente as autoridades.
O queixoso principal, Nick Andrianakis, um taxista com longos anos de serviço, afirmou que o acordo foi uma vitória para o setor, depois de este ter sido "dizimado" pelas ações da Uber.
Um porta-voz da Uber descreveu as queixas dos taxistas e dos condutores de veículos de aluguer, objeto da ação coletiva, como "questões antigas" e alegou que a empresa está agora regulamentada em todos os estados e territórios australianos e que os governos reconheceram que a empresa era uma parte importante do conjunto de transportes.
Espera-se que o Supremo Tribunal analise um pedido de aprovação do acordo de ação coletiva em abril. Entretanto, um outro processo, apresentado pela Taxi Apps Pty Ltd, continua em curso e espera-se que vá a julgamento nas próximas semanas.