Transição Justa em debate no dia 18 em Sines

12 de novembro 2023 - 15:50

Numa altura em que alguns megaprojetos previstos para a região estão sob suspeita de corrupção, o encontro promovido pela campanha Empregos para o Clima vai discutir "a falsa transição que temos" e a necessidade de "escrutínio democrático das grandes opções estratégicas para o país e a região de Sines".

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Refinaria da GALP em Sines.
Refinaria da GALP em Sines. Foto GALP

A campanha Empregos para o Clima promove no próximo sábado, 18 de novembro, o Encontro pela Transição Justa no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Sines. O encontro arranca às 9h45 com o painel de debate "A falsa transição que temos", com a participação da doutoranda em Alterações Climáticas no ICS-UL Vera Ferreira, a investigadora e ativista Kaya Schwemmlein e o sindicalista da Autoeuropa João Reis. No painel seguinte, com início às 11h30 e intitulado "A transição justa que queremos", intervêm o ativista da campanha Empregos para o Clima Bruno Candeias, o sindicalista colombiano que acompanhou comunidades em resistência ao fracking Moisés Barón e a agrónoma e ativista pela justiça climática Leonor Canadas.

Da parte da tarde tem início às 15h uma sessão de discussão e trabalho sobre estratégias por uma transição justa em Sines e no Litoral Alentejano, que "garanta a descarbonização protegendo as comunidades e territórios, com transparência e democracia".

Em declarações ao Esquerda.net, Bruno Candeias diz que este encontro pretende "debater de forma aberta sobre a (falsa) Transição em curso, e debater a Transição Justa que queremos para a região e como lá chegar". O objetivo passa por "juntar forças e pensar com a sociedade civil, trabalhadores e quem se quiser juntar, aprofundar alianças e planear estratégias para uma Transição Justa em Sines e no Litoral Alentejano, colocando o respeito pelas pessoas e territórios à frente do lucro, com transparência, democracia e justiça social e ecológica".  

Numa altura em que alguns megaprojetos previstos para Sines estão sob suspeita de corrupção e levaram mesmo à queda do Governo, o ativista da campanha Empregos para o Clima diz que a crise política "é a tradução do falhanço da política e da estratégia de desenvolvimento imposta pelo Governo: uma (falsa) transição energética e digital, determinada pela União Europeia, feita à medida dos grandes interesses económicos sem qualquer proteção do interesse publico, sem transparência e nas costas das populações".  

Assim, "fica cada vez mais evidente a urgência de rever estas opções, do escrutínio democrático das grandes opções estratégicas para o país e a região de Sines, e de uma Transição Justa", conclui Bruno Candeias.