A campanha Empregos para o Clima promove no próximo sábado, 18 de novembro, o Encontro pela Transição Justa no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Sines. O encontro arranca às 9h45 com o painel de debate "A falsa transição que temos", com a participação da doutoranda em Alterações Climáticas no ICS-UL Vera Ferreira, a investigadora e ativista Kaya Schwemmlein e o sindicalista da Autoeuropa João Reis. No painel seguinte, com início às 11h30 e intitulado "A transição justa que queremos", intervêm o ativista da campanha Empregos para o Clima Bruno Candeias, o sindicalista colombiano que acompanhou comunidades em resistência ao fracking Moisés Barón e a agrónoma e ativista pela justiça climática Leonor Canadas.
Da parte da tarde tem início às 15h uma sessão de discussão e trabalho sobre estratégias por uma transição justa em Sines e no Litoral Alentejano, que "garanta a descarbonização protegendo as comunidades e territórios, com transparência e democracia".
Em declarações ao Esquerda.net, Bruno Candeias diz que este encontro pretende "debater de forma aberta sobre a (falsa) Transição em curso, e debater a Transição Justa que queremos para a região e como lá chegar". O objetivo passa por "juntar forças e pensar com a sociedade civil, trabalhadores e quem se quiser juntar, aprofundar alianças e planear estratégias para uma Transição Justa em Sines e no Litoral Alentejano, colocando o respeito pelas pessoas e territórios à frente do lucro, com transparência, democracia e justiça social e ecológica".
Numa altura em que alguns megaprojetos previstos para Sines estão sob suspeita de corrupção e levaram mesmo à queda do Governo, o ativista da campanha Empregos para o Clima diz que a crise política "é a tradução do falhanço da política e da estratégia de desenvolvimento imposta pelo Governo: uma (falsa) transição energética e digital, determinada pela União Europeia, feita à medida dos grandes interesses económicos sem qualquer proteção do interesse publico, sem transparência e nas costas das populações".
Assim, "fica cada vez mais evidente a urgência de rever estas opções, do escrutínio democrático das grandes opções estratégicas para o país e a região de Sines, e de uma Transição Justa", conclui Bruno Candeias.