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Trabalhadores dos bares da CP em luta pela defesa dos postos de trabalho

Trabalhadores agendaram para esta quinta-feira concentrações em frente aos ministérios das Infraestruturas e do Trabalho, denunciando a tentativa de desresponsabilização por parte da empresa pública de transporte ferroviário. Isabel Pires esteve presente no protesto e exigiu ação do Governo.
Trabalhadores dos bares dos comboios em luta. Foto Esquerda.net
Trabalhadores dos bares dos comboios em luta. Foto Esquerda.net

Após um plenário realizado na estação de comboios de Santa Apolónia, os trabalhadores dos bares dos comboios da CP concentraram-se em frente ao ministério das Infraestruturas e da Habitação, exigindo a manutenção dos seus postos de trabalho e o respeito pelos seus direitos laborais.

Daí, os trabalhadores seguiram para o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para onde estava prevista uma reunião com a CP e as empresas Risto Rail e Apeadeiro 2020. O encontro, requerido pela Federação dos Sindicatos da Hotelaria e Turismo (FESAHT), acabou por ser adiado para o período da tarde, aguardando-se para o final do dia alguma informação sobre o resultado desta reunião.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul explica que a Comboios de Portugal cessou o contrato de prestação de serviços com a Risto Rail, com efeitos a 31 de julho. A empresa pública de transporte ferroviário recusou-se, no entanto, a assumir responsabilidade no que respeita à manutenção dos contratos de trabalho dos 120 trabalhadores.

Acresce que “a CP tem boicotado qualquer hipótese de diálogo em sede de prevenção de conflitos na DGERT/Ministério do Trabalho”, faltando, inclusive, a uma reunião agendada para o passado dia 20 de julho, no Ministério do Trabalho e da Segurança Social. Instalou-se assim “o pânico no seio dos trabalhadores, que ficam sem saber o que vai acontecer no dia um de agosto”.

O Sindicato avança ainda que a CP, “numa tentativa de desresponsabilização, promoveu um concurso público para a concessão que ficou deserto”. Entretanto, abriu novo concurso, e a concessão da exploração dos bares da CP terá sido atribuída à empresa “Apeadeiro 2020 – Produtos e serviços, Lda”, cujo sócio gerente é funcionário da CP.

Conforme aponta o site despedimentos.pt, o concurso não prevê o serviço de restauração, “o que pode levar um corte de cerca de dois terços dos funcionários”. Desta forma, “a administração da CP refugia-se na subcontratação e num concurso pouco transparente, terminando com uma parte do serviço de restauração que deve estar presente nos comboios”.

Por sua vez, “a empresa Apeadeiro 2020, que alegadamente ganhou a concessão do serviço, já fez saber que dos atuais 120 trabalhadores, só precisa de 30 em Lisboa e 15 no Porto e que não paga indemnizações aos restantes”, alerta o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul.

Bloco quer que Governo e CP assumam responsabilidade

A deputada bloquista Isabel Pires esteve presente no protesto dos trabalhadores dos bares dos comboios da CP. O Bloco, que tem vindo a acompanhar a luta destes trabalhadores e a pressionar o governo para que esta situação seja resolvida da forma mais rapidamente possível, acusa o executivo de estar a promover concursos que premeiam a precariedade.

Isabel Pires frisou que a CP e o Estado têm de assumir responsabilidade sobre os trabalhadores e garantir a manutenção destes postos de trabalho.

Numa pergunta endereçada a 21 de julho ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação, os deputados José Soeiro e Isabel Pires frisam que o processo “foi conduzido de uma forma inaceitável por parte da CP que negligenciou a situação laboral destes trabalhadores”.

E defendem que “o Governo tem, pois, particular responsabilidade e dever de atuação sobre esta matéria, cabendo-lhe garantir, através de todos os meios disponíveis pelo exercício da tutela que a estes trabalhadores são garantidos os seus postos de trabalho e o seu salário”.

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