A Frente Comum da Administração Pública realizou esta terça-feira à tarde um protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro. Os trabalhadores da Função Pública pretenderam com esta ação responsabilizar António Costa “pelas respostas que não vai dar” com o Orçamento do Estado para 2024.
Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, explicou à Lusa que o Governo se mantém “intransigente em relação à possibilidade de aumentar salários”, mantém quotas para a avaliação de desempenho e a necessidade de oito pontos para a mudança de posição remuneratória obrigatória, ao contrário da posição do sindicato que pretende que esta aconteça com quatro pontos.
O dirigente sindical considera que o Orçamento do Estado “ainda não está votado em votação final global”. Assim sendo, “há tempo, espaço e meios para alterar” a proposta. E, acrescentou à TSF, os trabalhadores não estão dispostos “a ficar à espera de março do ano que vem e do próximo Governo para resolver os problemas” identificados “há muito tempo”.
O dirigente bloquista José Soeiro, que se solidarizou com as reivindicações destes trabalhadores, concorda. Diz que o Orçamento ainda está em discussão “e portanto vamos a tempo de valorizar os salários” e de concluir acordos com médicos e professores, exemplificou.
O deputado lembrou que o Bloco “tem uma proposta para que haja aumentos de 15% na Administração Pública” dado que “na última década os trabalhadores da Administração Pública perderam cerca de 20% de poder de compra e nós precisamos de valorizar as carreiras, os salários, garantir que as pessoas não empobrecem, não perdem poder real de compra”.
Manifestou ainda “a necessidade de haver condições de fixação dos profissionais que permitam qualificar os serviços públicos”, defendendo o reconhecimento das carreiras. Problemas para os quais “é possível” e “urgente” “encontrar uma solução”. Para isso, “a luta dos trabalhadores pode fazer a diferença”.
Para rematar, dada a insistência das perguntas sobre a situação do Governo, reiterou que este “está em funções mas não está a resolver o essencial dos problemas que estão em curso” quando estava “em condições de dar essa resposta ainda”.