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Trabalhadores da Autoeuropa repudiam condições de trabalho “desgastantes e penosas”

Comissão de Trabalhadores refere que a situação é “insustentável” e exige que, nas próximas duas semanas, a empresa “tome medidas efetivas e objetivas” para acabar com a sobrecarga de trabalho.
Foto de Mário Cruz/Lusa

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa acusa a empresa de se escudar em dados técnicos que, “por aquilo a que se assiste nas linhas de montagem da fábrica de automóveis” da Volkswagen em Palmela, “continuam a não corresponder ao enorme esforço e desgaste a que os trabalhadores estão sujeitos”.

Numa comunicação interna, citada pelo Eco, que foi divulgada entre os trabalhadores na passada sexta-feira, a CT assinala que a “fúria cega” da direção da empresa está a empurrar a Autoeuropa para uma situação insustentável.

A direção da Volkswagen na Alemanha já foi informada da degradação das condições de trabalho na fábrica de Palmela, na sequência de uma reunião realizada a semana passada com a CT de Wolfsburg.

A CT da Autoeuropa informa que já endereçou uma missiva à administração da fábrica de Palmela, exigindo que, nas próximas duas semanas”, a mesma “tome medidas efetivas e objetivas para que, de uma vez por todas os trabalhadores deixem de trabalhar em condições desgastantes e penosas”.

“Após esse prazo terminado, iremos marcar plenários para discutir com os trabalhadores o que foi alcançado acerca das cargas de trabalho e alguns pontos para o caderno reivindicativo que constam no abaixo-assinado entregue no dia 8/05/2023”, lê-se na comunicação da CT.

Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul), afirmou, em declarações à agência Lusa, que “nos plenários realizados no final da semana passada, os trabalhadores da Autoeuropa reafirmaram a necessidade de a empresa criar condições para reduzir os ritmos de trabalho, a velocidade das linhas, e para aumentar as pausas e criar um gabinete de psicologia e psiquiatria para dar apoio aos trabalhadores”.

“Todos os trabalhadores presentes nos quatro plenários aprovaram a resolução. Julgo que foi inédito não haver votos contra nem uma única abstenção”, frisou o dirigente sindical.

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