Está aqui

Suspensão da “mulher mais rápida dos EUA” reabre debate sobre proibição da canábis

Por causa de um teste positivo à canábis, Sha’Carri Richardson vê-se impedida de disputar a corrida dos 100 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Atletas e políticos saíram em apoio da velocista e pela retirada da canábis da lista de substâncias proibidas.
Sha’Carri Richardson
Sha’Carri Richardson em entrevista à NBC.

A agência anti-doping dos EUA anunciou a suspensão por um mês da atleta Sha’Carri Richardson, também conhecida como “a mulher mais rápida da América”. O motivo foi ter acusado positivo ao consumo de canábis num teste após uma prova no final de junho. A suspensão por 30 dias dita o afastamento da atleta da prova de corrida dos 100 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio, na qual os EUA depositavam esperanças de contrariar o domínio jamaicano.

O anúncio da suspensão chocou o país desportivo e também o político. Vários congressistas saíram em defesa da atleta, lembrando que não existe nenhuma evidência científica de que a canábis influencie de forma positiva o desempenho dos atletas. Alexandria Ocasio Cortez lembrou que o próprio diretor clínico da agência mundial anti-dopagem reconhece isso e que as ligas norte-americanas de baseball, hóquei no gelo e futebol americano já retiraram a canábis da lista de substâncias proibidas. Vários deputados enviaram cartas à agência anti-doping a pedir que reconsidere a decisão.

Sha’Carri Richardson, que atingiu a marca dos 10.72 segundos na corrida dos 100 metros em abril, tornando-se a sexta mulher mais rápida do mundo, admitiu ter consumido canábis no estado do Oregon, onde o consumo é legal, após receber a notícia da morte da sua mãe, e pediu desculpa aos fãs, à família e aos patrocinadores.

A manter-se a suspensão, não poderá tentar atingir o ouro olímpico que desde 1996 escapa aos EUA, mas pode ainda ser repescada para a corrida de estafetas dos 4x100 metros, que se realiza a 5 de agosto, se a federação concordar.

A polémica suspensão foi comentada pelo presidente Joe Biden, já após a sua porta-voz se ter recusado a apoiar a atleta, afirmando tratar-se de uma decisão de um organismo independente do Governo. Questionado pela imprensa no sábado, Biden afirmou que “as regras são as regras e toda a gente sabe quais são. Se elas devem permanecer como estão é outro assunto”, acrescentando que ficou “muito orgulhoso com a forma como ela respondeu” ao anúncio da suspensão.

Termos relacionados Internacional
(...)