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Stiglitz: É “inconcebível” exigir mais austeridade à Grécia
“Tem existido falta de solidariedade por parte da Alemanha. Não se pode governar a zona euro sem um mínimo essencial de solidariedade”, alertou o professor da Universidade de Columbia e ex-economista chefe do Banco Mundial.
Segundo Stiglitz, a atitude do governo alemão em relação à Grécia “está a minar o senso comum da visão” e “da solidariedade na Europa”.
“Acho que tem sido um desastre. Claramente, a Alemanha provocou sérios estragos, minando a Europa”, criticou.
O Prémio Nobel considera “inconcebível” exigir mais medidas de austeridade à Grécia. “Se o BCE permitir a reabertura dos bancos gregos e se conseguir negociar algum acordo, as feridas podem ser curadas. Mas se [a Alemanha] conseguir usar isto como um truque para expulsar a Grécia [da zona euro], acho que os danos serão muito muito profundos”.
Stigliz está numa cimeira de financiamento internacional para o desenvolvimento, que decorre esta semana em Addis Ababa, capital da Etiópia, e que é vista como crucial para cumprir os esforços das Nações Unidas para acabar com a pobreza mundial e controlar as alterações climáticas até 2030.
O economista está a apoiar a criação de uma organização internacional de impostos ligada à ONU para combater a evasão fiscal das multinacionais, no entanto, o projeto precisa ainda de ganhar apoio dos países ocidentais.
Segundo a OXFAM, as leis internacionais que permitem a fuga aos impostos por parte das multinacionais custam mais de 100 mil milhões de dólares por ano aos países em desenvolvimento.
“Os líderes europeus e o Ocidente em geral estão a criticar a Grécia por falhar na coleta de impostos”, afirmou Stiglitz.
“O Ocidente criou um quadro de evasão fiscal global… Aqui tens os países avançados a tentar minar um esforço global para acabar com a evasão fiscal. Consegue ter uma imagem mais fidedigna da hipocrisia”?
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