Em comunicado, o CESP dá conta dos resultados - neste caso, da falta deles - da última reunião com a administração da Sonae, dona dos supermercados Continente e lojas Wells. O sindicato levou as propostas aprovadas pelos trabalhadores e incluídas no caderno reivindicativo para 2025 e diz que a empresa rejeitou todas.
A nível salarial, a proposta era de aumento mínimo de 15% com valores nunca inferiores a 150 euros por mês e a fixação do salário mínimo na empresa nos 1.000 euros. Pretendiam também fixar o valor do subsidio de alimentação nos 10 euros e o pagamento do acréscimo por trabalho noturno a partir das 20h, a pr de um subsídio de 15% da remuneração base para todos os trabalhadores que trabalham em postos de trabalho com temperaturas controladas.
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Também recusadas foram as propostas de aumento dos dias de férias pra 25 dias, o encerramento aos domingos e feriados, a promoção automática dos operadores de armazém e loja e a integração dos trabalhadores da Wells na categoria de técnico, com a garantia da diferenciação salarial dos diferentes níveis e categorias, considerando a antiguidade sem discriminações. O CESP queixa-se das avaliações discriminatórias a coberto de uma suposto critério de “meritocracia” e tem apresentado casos concretos, acusando a empresa de não os resolver.
No que diz respeito às alterações ilegais de horários, a empresa garante que têm diminuído drasticamente, mas o sindicato desmente e promete continuar “a fazer chegar exemplos de lojas onde estas alterações acontecem por todo o país”, enquanto recama “horários humanizados que permitam a conciliação da vida profissional com a familiar e pessoal”.
Tendo em conta os lucros de 149 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024 e os investimentos de 1.600 milhões na compra de mais empresas, o sindicato conclui que “dinheiro não falta, está é mal distribuído” na Sonae, sendo assim “inaceitável que escolha manter trabalhadores com 10, 20 e 30 anos de casa a receber 870 euros por mês”, quando a empresa “tem todas as condições para aumentar os salários acima do Salário Mínimo Nacional”.