O Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil (SINFAP) apelou esta quarta-feira à resolução conjunta do incêndio na Madeira com seriedade e esforço político e técnico. Depois de extinguidos os fogos, há um caminho a fazer na adaptação do território para o inverno, mas também no planeamento e prevenção de incêndios, na capacidade de resposta aos incêndios e na gestão e planeamento da ilha, diz o SINFAP.
Em comunicado de imprensa, o sindicato apelou a que os responsáveis políticos se concentrem na resolução do problema em mãos, sobretudo com disponibilização de meios e recursos àqueles que estão no terreno.
Analisando a atual situação de crise na Madeira, que sofre com um incêndio que dura há oito dias e que já queimou mais de 10% da área florestal da ilha, o SINFAP propõe medidas concretas para lidar com as consequências do incêndio e para preparar a ilha da Madeira para outros problemas ambientais.
Em primeiro lugar, diz o sindicato, é preciso preparar o território para o inverno e para a época de cheias. Para isso, é preciso fazer uma avaliação dos danos causados pelo incêndio a infraestruturas, controlar a erosão dos solos após a perda de cobertura vegetal, implementar programas de reflorestação com espécies nativas e proteger as fontes de água para que não sejam contaminadas por cinzas ou detritos, bem como salvaguardar as necessidades de apoio psicológico à população e aos operacionais que combatem os fogos.
Depois de asseguradas as condições mínimas para a resiliência do território face ao resto do ano, o SINFAP considera que devem ser pensadas estratégias de planeamento e prevenção de incêndios mais aprofundadas para a Ilha da Madeira. Para isso, é necessário criar novas infraestruturas de prevenção, apoiar a agricultura e a manutenção de paisagem e fazer um mapeamento detalhado das áreas de risco.
Segundo o comunicado, é preciso também melhorar a capacidade e resposta aos incêndios na Ilha da Madeira, sobretudo com a valorização salarial dos bombeiros, o reforço dos meios humanos e materiais para os operacionais de resposta, a formação dos cidadãos através de exercícios de proteção civil e a melhorai das operações aéreas.
Finalmente, o sindicato propõe um conjunto de 12 medidas para preparar a Madeira para o futuro, transformando-a num exemplo de resiliência e preparação. Entre essas medidas estão programas de incentivo à agricultura regenerativa, o reforço da capacidade de intervenção local com equipas de resposta comunitária, a criação de um plano integrado de gestão de incêndios e a criação de faixas verdes de vegetação nativa que seja resiliente ao fogo.
Incêndio
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O SINFAP acredita que com a implementação destas medidas é possível “reduzir significativamente o impacto dos incêndios na Ilha da Madeira, protegendo não só o ambiente natural, mas também as vidas e o bem-estar da comunidade”, bem como apostar “na capacitação e no reforço dos trabalhadores que compõem o sistema de proteção civil” da Região Autónoma da Madeira.