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Santo Tirso: PS rejeita mudança de nome de rua de Oliveira Salazar para Rosinda Teixeira

O Bloco de Esquerda propôs a alteração na Assembleia Municipal, mas foi rejeitada pelos votos contra do PS e a abstenção do PSD. Note-se que Rosinda Teixeira foi assassinada, em maio de 1976, num atentado da rede bombista da extrema-direita.
Bloco de Santo Tirso propôs a alteração do nome da rua do Dr. Oliveira Salazar para o de Rosinda Teixeira. O PS votou contra a recomendação do Bloco, rejeitando-a, e o PSD absteve-se
Bloco de Santo Tirso propôs a alteração do nome da rua do Dr. Oliveira Salazar para o de Rosinda Teixeira. O PS votou contra a recomendação do Bloco, rejeitando-a, e o PSD absteve-se

Em comunicado, a concelhia do Bloco de Esquerda de Santo Tirso conta que na sessão da Assembleia Municipal de Santo Tirso realizada a 22 de junho, o partido propôs a alteração do nome da rua do Dr. Oliveira Salazar para o de Rosinda Teixeira.

“O PS votou contra a recomendação do Bloco, rejeitando-a, e o PSD absteve-se. Os deputados municipais do PS consideram que o assunto deve ser enquadrado numa revisão futura da toponímia do concelho, que não foi anunciada”, informa a concelhia.

Recorde-se e sublinhe-se que Rosinda Teixeira era natural de Santo Tirso e foi assassinada em maio de 76, pela explosão de uma bomba colocada pela rede bombista de extrema-direita em São Martinho do Campo. O comunicado salienta que o ato proposto “seria uma homenagem, embora tardia, a uma munícipe que simboliza a resistência antifascista”, registando que “ainda existem, 48 anos após o 25 de abril de 1974, alguns concelhos portugueses com o nome de Oliveira Salazar nos seus arruamentos” e que “Santo Tirso é um deles”.

No documento, os bloquistas questionam por que motivo a democracia homenageia Salazar, apontando que “uma placa de rua não é historiografia, mas uma homenagem de uma comunidade do presente a uma figura venerável do passado” e que “Salazar foi antidemocrata porque escolheu ser”.

“Quem afirma que substituir o nome da rua é ‘revisionismo histórico’ deve atender ao salazarismo falsificador que manipulou a imagem histórica. O regime criou uma imagem do passado em que este era veiculado como o caminho para o surgimento do salvador da pátria”, critica o comunicado.

A finalizar, os bloquistas de Santo Tirso dizem que “hoje, a toponímia está democratizada e os munícipes devem decidir se querem, ou não, manter o nome do ditador numa rua da cidade”, afirmam que o Bloco de Esquerda quer desencadear esta mudança e que lançaram “uma petição pública que reúne, até ao momento, mais de 60 assinaturas”.

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