Salvini defende uma primavera europeia de extrema-direita

10 de janeiro 2019 - 11:07

Matteo Salvini encontrou-se esta quarta-feira com os líderes do seu congénere polaco em busca de criar “uma Primavera europeia” nacionalista. O ministro do Interior italiano e líder do partido de extrema-direita Liga insistiu também na recusa em aceitar refugiados.

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Foto de Annette Dubois/Flickr

Segundo Salvini seria importante criar uma alternativa ao “eixo Alemanha-França”. O seu parceiro polaco é o Partido da Lei e Justiça (PiS) no governo que partilha políticas anti-imigração e discursos anti-muçulmanos e eurocéticos.

Numa conferência de imprensa conjunta com o ministro do interior polaco, Joachim Brudziński, caracterizou a sua “primavera europeia” como “o renascimento dos valores europeus”. Por sua vez, o governante polaco elogiou o encerramento de portos italianos a barcos com migrantes e assegurou que defende a mesma política de “fortalecimento de fronteiras”.

Noutro encontro, desta vez com Mateusz Morawiecki, o primeiro-ministro polaco, os dirigentes destes partidos de extrema-direita concordaram a análise de que existe uma “discriminação” de Bruxelas face aos seus dois governos. Na base das queixas está a decisão da União Europeia de sancionar a Polónia devido às leis que colocaram em causa a independência da justiça.

Salvini é o promotor da ideia de uma rede europeia de partidos nacionalistas com vista às próximas eleições europeias, tendo-se encontrado para esse efeito com Viktor Orbán, o primeiro-ministro húngaro, em agosto e com Marine Le Pen em outubro. Na mira do político italiano está ainda o partido austríaco FPÖ.

Salvini insistiu ainda na recusa de autorizar barcos com refugiados resgatados do Mediterrâneo. Há mais de duas semanas que 49 pessoas estavam em dois barcos de associações humanitárias alemãs à espera de um destino de acolhimento. A Itália recusou a entrada dos barcos mas as autoridades militares maltesas escoltaram os passageiros para terra depois de um acordo na União Europeia. Malta insistia em distribuir os 249 migrantes que acolhe entre os países da UE.

Na Polónia Salvini insistiu: “não autorizarei chegadas de migrantes”, alegando que o acordo alcançado na União Europeia era “sucumbir à chantagem dos traficantes e das ONG”.