Incêndios

Risco máximo em 50 concelhos, alerta prolongado para quinta-feira

18 de setembro 2024 - 11:42

Sete pessoas morreram e 118 ficaram feridas nos incêndios que lavram desde domingo no Norte e Centro do país. Em apenas três dias, 2024 tornou-se no quarto ano com mais área ardida da última década.

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Bombeiro em Águeda
Bombeiro em Águeda. Foto Paulo Cunha/Lusa

Só entre domingo e o final da tarde de terça-feira arderam em Portugal mais de 71 mil hectares, quando até então a área ardida era de 22,5 mil hectares, incluindo os cinco mil dos incêndios da Madeira. Em apenas três dias, o que se previa que fosse um ano tranquilo no que diz respeito à área ardida transformou-se para já no quarto pior da última década. Os dados são revelados pelo Público, mas o jornal alerta que se baseiam em imagens por satélite e por isso podem pecar por excesso. Mas mesmo descontando 15% de área ardida, os valores deste ano só ficam abaixo dos de 2016, 2017 e 2022.

No norte e no centro do país, os incêndios progrediram com a ajuda de condições meteorológicas consideradas as mais severas, em particular o vento de leste com rajadas fortes. Esta quarta-feira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou cinco mortes e 118 feridos, dos quais 10 em estado grave, realçando que o número de vítimas mortais lhe foi transmitido pelo INEM e não inclui os dois civis que morreram de doença súbita. O risco máximo de incêndio afeta na quarta-feira 50 concelhos e o Governo decidiu prolongar até quinta-feira o estado de alerta.

Na manhã de quarta-feira havia mais de 100 fogos ativos, com os reacendimentos e mudanças do vento durante a noite a tornarem novamente “descontrolada” a situação em Águeda, aproximando-se de núcleos urbanos. A combater estes incêndios estão também os bombeiros que enfrentaram o fogo em Albergaria-a-Velha, tendo este entrado em fase de resolução. Também durante a noite o incêndio de Castro Daire avançou para Arouca, atingindo os passadiços do Paiva e confinando várias aldeias, com evacuação das pessoas com mobilidade reduzida. Na Covilhã, a noite foi de combate ao fogo numa zona de pinhal em Gibraltar que há dois anos tinha escapado ao incêndio da serra da Estrela.

No distrito do Porto também lavram vários incêndios e há também aldeias onde se evacuaram habitantes. Em Mangualde e São Pedro do Sul há notícias de casas e empresas destruídas pelo fogo. Ao final da manhã a proteção civil indicava 142 ocorrências, 58 das quais em fase de conclusão. com mais de 5.500 operacionais no terreno, acompanhados por 1.700 meios terrestres e 37 meios aéreos.

À mesma hora o Governo dava conta de cortes na circulação ferroviária na linha do Douro entre Marco de Canaveses e Régua e na linha do Vouga com vários comboios suspensos. As autoestradas A43 entre Gondomar e a A41 e esta entre Medas e Aguiar de Sousa também estavam cortadas esta manhã, tal como a A25 entre Albergaria e Reigoso (Viseu) a par de várias estradas nacionais.