A crise gerada pela pandemia da covid-19 não parece atingir os mais ricos entre os mais ricos. Pelo contrário, desde 18 de março que a fortuna dos 643 multimilionários dos Estados Unidos da América aumentou em média 29%.
Enquanto se estima uma perda de dezenas de milhões de empregos em todo o mundo, os super ricos lucraram 845 mil milhões de dólares americanos (mais de 713 mil milhões de euros). Esta é a conclusão de um relatório do Institute for Policy Studies citado pelo jornal Guardian.
“A riqueza coletiva dos multimilionários aumentou de 2,95 biliões de dólares para 3,8 biliões. Isto traduz-se em ganhos de 141 mil milhões mensais ou 4,7 mil milhões por dia”, explica o jornal britânico.
Enquanto isso, só nos EUA, mais de 197.000 pessoas morreram vítimas do coronavirus e mais de 50 milhões perderam o emprego.
No topo da lista dos beneficiários está Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo. O patrão da Amazon viu a sua fortuna pessoal beneficiar em mais de 73,2 mil milhões de dólares desde a segunda quinzena de março, estando agora estimada em 186,2 mil milhões. Este aumento na ordem dos 65% deve-se sobretudo, explica o Guardian, ao aumento do valor das ações da Amazon numa altura em que mais pessoas recorreram aos serviços da empresa.
Também Elon Musk, fundador e diretor executivo da empresa de carros elétricos Tesla, viu a sua já vasta fortuna aumentar em 274%, estando agora avaliada em 92 mil milhões de dólares. Já o rosto da rede social Facebook, Mark Zuckerberg, tem agora 100,6 mil milhões de dólares, um aumento de 84%.
“A economia bilionária foi potenciada pelos responsáveis políticos, que agora estão parados na garantia de apoios à economia real”, disse Chuck Collins, diretor do Programa de Desigualdade do Institute for Policy Studies e coautor do relatório Billionaire Bonanza 2020.
“A diferença é gritante entre os lucros para os multimilionários e a miséria económica generalizada nos EUA. Claramente, as prioridades dos políticos eleitos em Washington estão completamente ao contrário”, declarou.