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Reunião entre Bloco e Governo termina sem acordo

As negociações prosseguiram esta terça-feira, mas sem aproximação satisfatória. Na véspera, o Bloco de Esquerda tinha enviado por escrito e divulgado publicamente as suas nove propostas nas áreas da Saúde, Trabalho e Segurança Social.
Segundo apurou o Esquerda.net, o Governo não trouxe qualquer proposta para contrapor às medidas que o Bloco quer ver concretizadas: a revogação do fator de sustentabilidade em pensões de quem tenham mais de 60 anos e 40 anos de descontos ou mais, recálculo de pensões para eliminar os cortes em pensões de beneficiários com longas carreiras contributivas e profissões de desgaste rápido; e a valorização da idade pessoal da reforma nos casos das longas carreiras contributivas, trabalho por turnos e anos de trabalho com incapacidade acima dos 60%.
Na área dos direitos laborais, o Governo recusou todas as cinco propostas bloquistas, que visam repor a legislação alterada pela troika nas indemnizações por despedimento, dias de férias, compensação e descanso no trabalho suplementar, mas também a reposição do princípio do tratamento mais favorável e o fim da caducidade unilateral das convenções coletivas de trabalho. Para o Bloco, as alternativas apresentadas são apenas "simbólicas". No capítulo da caducidade da contratação coletiva o Bloco já tinha criticado a proposta que o Governo tornou pública na sexta feira passada.
Quanto à área da Saúde, em que o Bloco propõe avançar no sentido de reforçar a contratação e exclusividade dos profissionais de saúde e criar a carreira de Técnico Auxiliar de Saúde, a reunião terminou sem conclusões, mas é esperado que na ronda negocial a realizar esta semana o Governo traga propostas escritas que aproximem posições.
Comentários
Reposição do corte do factor de sustentabilidade
É da maior justiça a exigência ao governo de repor o corte do factor de sustentabilidade nos reformados com longas carreiras contributivas.
Estas pessoas começaram a sua vida profissional ainda em meninos, trabalharam e descontaram para a social durante muitos anos, não foram nem são responsáveis pela situação económica/financeira da SS ou do pais, consequentemente não devem ser penalizados pelos desmandos de quem nos governou.
O BE está a defender e bem a classe trabalhadora, a luta tem de continuar, contamos convosco camaradas. Bem hajam pelo vosso trabalho e empenho em prol da mais elementar justiça.
A posição do BE está correcta
A posição do BE está correcta e concordo plenamente mas penso que devem continuar as negociações pois é mais importante que o governo seja apoiado pela esquerda
Pensões
Bom dia,
Ano sim, ano não, o BE carrega nas pensões, lembrando que o assunto não está esquecido. O problema não é o fator de sustentabilidade que nunca devia ter sido aplicado, mas sim o fato de que o BE apenas fingir estar interessado em resolver o assunto. Como a prioridade nunca foi essa, esse é um não problema para o BE. Problemas para o BE e PCP são os trabalhadores no ativo, de modo a que as empresas paguem as futuras reformas com os aumentos salariais. Legítimo, mas atirar areia para os olhos das pessoas fingindo que se quer resolver o problema dos cortes ilegítimos nas reformas, isso é simplesmente muito feio e até desonesto. Vocês vão sair das reuniões com o PS com muita coisa acordada menos as pensões, nomeadamente o famigerado fator de sustentabilidade, já para não falar que 40 anos de descontos não são iguais a 40 anos de descontos, porque se tenho 40 anos aos 60 e comecei a trabalhar aos 20, são mais anos que se tenho 55 e comecei a trabalhar aos 15. Haja ao menos respeito quem começou a trabalhar criança!
Bem, querem apostar que vocês vão esquecer tudo ou quase tudo relevante sobre os cortes nas reformas?
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