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Restruturação de dívida na Argentina novamente adiada por falta de acordo com credores

Foi alargado em dez dias o prazo para que a Argentina defina com os fundos de investimento um acordo para restruturar cerca de um quinto da sua dívida externa, num valor superior a 60 mil milhões de euros.
Governo de Alberto Fernández negoceia restruturação da dívida. Foto Mídia NINJA/Flickr

A Argentina solicitou a segunda extensão do prazo para negociar a sua restruturação de dívida. O Presidente Alberto Fernández tinha inicialmente dado um prazo aos obrigacionistas para aceitarem a proposta de oferta de troca do Governo que terminou no dia 8 de maio. Como esta proposta não foi acolhida pelos obrigacionistas, o prazo foi alargado até ao dia 22 de maio, esta sexta feira.

No entanto, devido novamente à falha das negociações, o prazo voltou a ser adiada para dia 2 de junho, segundo um comunicado do Ministério da Economia.

Na resolução do Ministério da Economia citado pela Lusa, "a Argentina e os seus consultores pretendem aproveitar esta extensão para continuar as discussões e permitir que os investidores continuem a contribuir para uma bem-sucedida restruturação da dívida".

Para o ministério a possibilidade de chegar a um acordo poderá ser importante para a estabilização económica no país, porque poderá reduzir as "restrições de médio e longo prazo da economia".

Esta sexta-feira terminava o prazo para a Argentina pagar os juros sobre três títulos públicos (Global 2021, 2026 e 2046), num valor de 503 milhões de dólares, cerca de 458 milhões de euros.

A proposta lançada pela Argentina a 17 de abril previa a reestruturação de 66,238 mil milhões em dívidas, através da troca de títulos emitidos entre os anos de 2005 e de 2016 com títulos novos a vencer entre 2030 e 2047. A dívida total do país é de 323,192 mil milhões de dólares, perto de 295,37 mil milhões de euros, o que significa que a proposta do Governo argentino representava cerca de 20% da dívida.

O atual Presidente da Argentina considera que não se poderão fazer programas de ajustamento num país como Argentina, que tem um terço da população em situação de pobreza, afirmando também após a sua vitória eleitoral em dezembro de 2019 que pretende pagar a dívida, mas apenas quando a economia crescer.

A negociação irá, portanto, manter-se, após ter sido rejeitada pela maioria dos credores. Houve apenas três contrapropostas à proposta do Governo.

A Argentina terá também negociar a restruturação de 44 mil milhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional após a negociação com os credores privados, negociação essa que poderá contar com um aumento do prazo, mas não com uma redução do valor da dívida.

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