“Embora o défice ajustado seja idêntico nos dois orçamentos retificativos, o défice total difere significativamente, sendo revisto de 4% no primeiro orçamento retificativo para 10% no segundo retificativo” deste ano, indicou o parecer da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
De facto, o descontrolo do défice orçamental deste ano tem sido ocultado pelo Governo, uma vez que essas "operações extraordinárias" não entram nas contas do défice entregues a Bruxelas. Desta forma, em vez de assumirem um défice orçamental recorde, Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque regozijam-se com o cumprimento da meta do défice em 4%.
O principal motivo para o disparo do défice real das contas públicas é o resgate do BES. “A confirmar-se a classificação do reforço do capital do Novo Banco como uma transferência de capital em contas nacionais, as operações de natureza extraordinária contribuem para agravar o défice em 5,9 pontos percentuais do PIB”.
“Este valor coloca o défice total das administrações públicas ao nível mais elevado dos últimos anos, apesar de o défice ajustado ser, pelo contrário, um dos de menor dimensão em percentagem do PIB, dado o elevado montante das operações extraordinárias”, afirma o relatório da UTAO, citado pela agência Lusa.
De facto, o descontrolo do défice orçamental deste ano tem sido ocultado pelo Governo, uma vez que essas "operações extraordinárias" não entram nas contas do défice entregues a Bruxelas. Desta forma, em vez de assumirem um défice orçamental recorde, Passos Coelho, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque regozijam-se com o cumprimento da meta do défice em 4%.
Entre as medidas extraordinárias que agravam o défice estão a recapitalização do BES, as indemnizações por rescisões na Função Pública, o crédio malparado do BPN e as restruturações financeiras das empresas de transportes CP, Carris e STCP.