Saúde sexual e reprodutiva

Regime de faltas justificadas para pessoas com endometriose aprovado no Parlamento

03 de outubro 2024 - 11:26

Duas das propostas do Bloco de Esquerda sobre saúde sexual e reprodutiva foram aprovadas no Parlamento. Mariana Mortágua quer "romper o silêncio sobre a saúde das mulheres".

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Mariana Mortágua
Fotografia de Tiago Petinga/Lusa

A proposta do Bloco de Esquerda que prevê a criação de um regime de faltas justificadas ao trabalho e às aulas para pessoas diagnosticadas com endometriose ou adenomiose foi aprovada na Assembleia da República na passada quarta-feira com a abstenção do Partido Socialista e da Iniciativa Liberal.

A bancada parlamentar bloquista também conseguiu fazer aprovar um Projeto de Lei para a promoção dos direitos na gravidez e no parto, com os votos contra do PSD e do CDS. No total, foram treze as propostas apresentadas à Assembleia da República sobre saúde sexual e reprodutiva das mulheres no debate lançado pelo Bloco de Esquerda.

Embora os partidos do Governo tenham votado contra dez dos treze projetos apresentados, foram aprovados nove. As iniciativas aprovadas passam agora à discussão de especialidade na Comissão de Saúde

“As mulheres vivem mais anos que os homens, mas vivem-nos com pior saúde, com diagnósticos errados e inexistentes. Porque é que a menopausa continua a ser uma palavra dita em sussurro?”, questionou Mariana Mortágua no arranque do debate. “Porque é que o tempo médio para conseguir um diagnóstico de endometriose é de sete a 10 anos? Queremos romper o silêncio sobre a saúde das mulheres”.

Mesmo assim, a proposta do Bloco de Esquerda sobre o reforço da saúde, qualidade de vida e direitos das mulheres na menopausa não foi aprovada pela Assembleia da República, com os deputados da direita a procurar passar culpas sobre o estado da saúde em Portugal e a tentar desviar o debate com acusações de “ideologia de género”.

Termos relacionados: Política Saúde