Redução do défice à custa de recessão económica

20 de fevereiro 2011 - 2:02

Coordenador da comissão política do Bloco afirmou que “despesa reduz-se não porque o Estado esteja a gastar melhor o dinheiro, mas porque está a provocar a recessão”. Moção de censura do Bloco “é uma iniciativa absolutamente conseguida”, já tendo “conseguido um resultado de extraordinária clarificação”.

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Sobre a acusação que o PS faz ao Bloco, Francisco Louçã esclareceu que “não pode dizer que esta moção abre o campo à direita, porque quem está a abrir o campo à direita é José Sócrates”, “o maior patrão de trabalhadores precários em Portugal”. Foto de Paulo Carriço, Lusa.

Após a conferência de imprensa durante a qual foi apresentado o texto da moção de censura do Bloco de Esquerda que será discutida no Parlamento no dia 10 de Março, Francisco Louçã reagiu aos números avançados este sábado pelo Expresso, segundo os quais o défice fixou-se em 281,8 milhões de euros em Janeiro, registando uma redução de 58,6 por cento face ao mesmo mês de 2010.

O coordenador da comissão política do Bloco afirmou que a redução do défice deve-se à recessão económica e a medidas como os cortes nos apoios sociais e não ao facto de o Estado estar a usar melhor o dinheiro. Para Francisco Louçã, “um bom indicador é criar emprego, é o crescimento da economia”.

Moção de censura foi “absolutamente conseguida”

Francisco Louçã considera que a moção de censura apresentada pelo Bloco foi “absolutamente conseguida” pelo seu efeito “clarificador” e faz uma aposta: “a direita não apresenta nenhuma moção de censura”.

No texto da moção o Bloco exige um “novo caminho, com uma viragem da política económica para o combate à recessão” e culpa o governo pelo “agravamento da crise social com o aumento dos impostos, queda do investimento público, redução de salários, degradação dos apoios sociais com a retirada do abono de família e outras prestações a centenas de milhares de famílias, o aumento dos preços dos medicamentos e o congelamento das pensões”.

Sobre a acusação que o PS faz ao Bloco, Francisco Louçã esclareceu que “não pode dizer que esta moção abre o campo à direita, porque quem está a abrir o campo à direita é José Sócrates”, “o maior patrão de trabalhadores precários em Portugal”.

O dirigente do Bloco fez também uma alusão à “expressão tão simples” e esclarecedora que Passos Coelho utilizou para definir a sua visão da política, recordando que o presidente social-democrata disse que o PSD não tinha ainda “fome suficiente para ir ao pote”.

A partir de segunda-feira e até à data do debate, o Bloco de Esquerda irá promover inúmeras iniciativas a nível nacional onde explicará as motivações da sua moção de censura e onde dará prioridade aos grandes desafios que o país deve enfrentar e que passam pelo combate ao desemprego, pobreza e precariedade.

No dia 28 de Fevereiro, será distribuído um jornal gratuito com tiragem de 350 mil exemplares em todos os centros de emprego do país.

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