No primeiro trimestre de 2021, havia 93.037 trabalhadores com contratos temporários no Estado. Este é o número mais elevado de trabalhadores da série estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) iniciada em 2012.
O Dinheiro Vivo/DN dissecou estes dados e chegou à conclusão que saúde e educação, com destaque para a primeira, foram os setores que mais contribuíram para este crescimento. Na Administração Central, a saúde quase duplicou o número de contratos precários num ano: no primeiro semestre de 2020 eram 2.711, no primeiro semestre deste ano passaram a ser 5.165, o correspondente a 16% do total desta área. Mas se juntarmos a estes números os do Setor Empresarial do Estado, que inclui hospitais e várias unidades locais de saúde, há uma variação de mais 38% num ano e mais quase cinco mil precários.
No setor educativo, há 34.328 contratos a termo, o que é 18% do total e houve um aumento, num ano, de 18,5%.
Menos expressivo é o aumento deste tipo de vínculo noutros setores do Estado. Na defesa há um crescimento de 9.6%, para chegar a um total de 9.869 trabalhadores. Na ciência, tecnologia e ensino superior o aumento é de 5,1%, ou seja, mais 770 contratos a termo.
Àquele órgão de comunicação social, o Governo justifica o aumento da precariedade na Administração Pública com a pandemia. O Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública declarou ao jornal que “o aumento do número de contratos a termo na administração pública justifica-se com a necessidade de reforçar as áreas prestacionais para dar resposta à crise pandémica, designadamente o SNS na Saúde e o corpo docente para consolidar e recuperar aprendizagens ou para substituir eventuais baixas na Educação”.