A voz de Kadafi fez-se ouvir numa gravação transmitida pela televisão estatal no domingo, num apelo aos líbios para libertarem Tripoli do avanço dos opositores e a repetida promessa de que não se renderá. O conflito armado que opõe há meses o regime de Kadafi e a oposição que o quer derrubar parece aproximar-se da fase decisiva, com a batalha por Tripoli a ter início este fim de semana.
Segundo a al-Jazeera, a NATO bombardeou este domingo o quartel-general de Kadafi e o aeroporto de Tripoli. "Planeámos esta operação com a NATO e com os nossos rebeldes em Tripoli", disse ao canal Al-Jazeera o líder dos rebeldes Mustafa Abdel-Jalil.
Nalguns bairros da cidade houve combates protagonizados pelos opositores de Kadafi, animados pela notícia do avanço das tropas rebeldes, que na tarde de domingo estavam a poucos quilómetros de Tripoli, após a conquista de cidades importantes como Zlitan, Surman e Brega. Os relatos dos jornalistas estrangeiros falam de um "pânico controlado", com todos eles a vestir coletes protectores de balas a caminho de lugares seguros, diz o repórter da CNN no Twitter, após os confrontos entre tropas leais a Kadafi e rebeldes mesmo em frente do hotel Rixos.
Na tarde de domingo, a vizinha Tunísia anunciou que passa a reconhecer o Conselho Nacional de Transição dos rebeldes como o governo legítimo, em mais um sinal do isolamento do regime do Kadafi. Outro é a notícia da captura ou deserção, nos últimos dias, de nomes importantes da "Revolução Verde", como Abdel-Salam Jalloud, o antigo número dois do ditador, que abandonou o país e se encontra agora em Itália.