PSP garante punir polícias por "discurso de ódio" no Facebook

23 de janeiro 2019 - 19:26

A Polícia de Segurança Pública (PSP) garantiu que os polícias que publicaram comentários racistas e ameaças de morte contra a deputada bloquista Joana Mortágua e o dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba serão alvo de processos disciplinares.

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Foto de Rodrigo Antunes, Lusa.

"A PSP promoverá as ações de natureza disciplinar e de comunicação ao Ministério Público, dos comportamentos que sejam comprovadamente praticados pelos seus elementos e que sejam violadores da Lei e dos normativos da PSP", destaca fonte oficial da PSP, citada pela Sábado.

Perante a reação de Joana Mortágua e Mamadou Ba face aos incidentes do passado domingo no Bairro da Jamaica, no Seixal, largas dezenas de agentes da PSP fizeram publicações racistas, xenófobas, com discurso de ódio e incitamento à violência contra ambos.

Conforme noticiou o Polígrafo, que citou algumas dessas publicações, as mesmas surgem em páginas de Facebook como "Carro de Patrulha 1" e "Carro de Patrulha 2" e o perfil "Charlie Papa".

“Porco", "tiro no centro da testa", "esse verme que vá para a terra dele", foram algumas das mensagens deixadas ao dirigente do SOS Racismo.

Já a deputada bloquista e vereadora da Câmara Municipal de Almada foi ameaçada por vários elementos da PSP com publicações como: "Esta gaja devia era de levar nos cornos"; "Metam-me fechada numa sala só com ela"; "Essa javarda quer é votos dessa gente miserável, carga neles!".

A PSP adiantou que "já denunciou oficialmente estas páginas - através da pagina oficial da PSP – à administração do Facebook, classificando-as de 'incitadoras ao ódio/violência' e sugerindo que devem ser banidas da rede".

"A PSP pugna pelo respeito de todos os cidadãos e pela garantia dos direitos, liberdades e garantias de todos os cidadãos de igual modo, não pactuando com comportamentos violadores da lei, de natureza  racista, ou de  discurso de ódio e incitadores à violência, comportamentos que não são compatíveis com a função policial", acrescentou a instituição.